Paolo Guerrero, um peruano que lavou a honra da pátria corintiana diante de um time inglês apático.
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Torci pelo Corinthians
ontem, na decisão do Torneio Mundial de Clubes no Japão. Foi bom vencer,
orgulha as cores nacionais, mostra nossa garra e todos os clichês do tipo.
Também deu pra ver que nossa economia anda bem, tem muita gente com grana
suficiente pra sair daqui para o fim do mundo passar uma semana tomando saquê,
gritando pelas ruas pra sustentar a fama de fanatismo e dormindo em banheiros
de metrôs pra economizar grana. Minha avaliação é positiva.
Passeando na internet, vi
muitos comentários sobre a aventura do Gavião na terra do sol nascente. “Alguns
comentários internacionais diziam que o Chelsea iria passear sobre o
Corinthians. Isso não aconteceu, o que houve foi um jogo disputadíssimo com a
merecida vitória do Corinthians. Esses europeus têm complexo de superioridade,
só que na hora do bicho pegar, os brasileiros são mesmo os melhores. Assim foi
com o São Paulo também. Agora não adianta chorar, pois a "nega tá no fundo
do barbante"!, vibrou um tal de Tio Patinhas.
Outros comentaristas, esses devem ser “do contra”,
censuraram a falta de modos da maioria dos brasileiros na terra dos samurais. “Povo
sem educação. Depois querem ficar reclamando quando são barrados em aeroportos”,
resmungou um tal Carioca. “Nós temos que saber a diferença entre amor pelo time
e fanatismo, porque se não corre o risco de valorizarmos coisas e atitudes que
deveríamos repudiar”, avaliou outro torcedor, que assina Mauro. Outro, de nome
Washington, foi contundente: “Se houvesse todo esse movimento para acabar com a
desigualdade e a corrupção aqui no Brasil seria ótimo!” Marcos concorda: “Isso
mesmo, amigo! Se esse bando de lokos sai às ruas para exigir segurança,
educação e seriedade dos políticos... Eles matam pelo Corinthians, mas não
fazem nada pela nação”.
Elvis não morreu. Ele foi
também crítico com a nação corintiana: “Todo fanatismo choca, e é realizado
sempre por seres humanos muito pobres de espírito, e intelecto abaixo da
média”. Alice foi muito dura: “Coitados dos japoneses, devem ter dado graças a
Deus que acabou, para esses marginais irem logo embora. Isso é uma vergonha!”.
Edimar foi didático: “Isso é
apenas uma evidência do nosso atraso, em termos civilizatórios em relação a
outros países. Há um verdadeiro abismo entre o mundo civilizado e os países de
terceiro mundo. Sem investimentos maciços em educação, estaremos condenados ao
atraso e, consequentemente, sendo explorados, também dando exemplos de pura
falta de educação quando saímos de casa”.
Os japoneses ficaram mesmo
espantados com aqueles estrangeiros gritando, pulando e fazendo algazarra em
suas ruas e estações. Eles que têm uma cultura da urbanidade, sacaram os
celulares para gravar os corintianos, seres humanos tão diferentes. Afinal, os
japoneses ficaram assustados com a pândega dos brasileiros porque, para eles,
fanatismo nacional é algo assim como lutar até à morte pelo seu Imperador, como
aconteceu na segunda guerra mundial. Brigar e se arrebentar por causa de onze
mercenários em nome de um clube de futebol não atinge a compreensão dos caras
dos olhos puxadinhos.
Mensagem da torcida do
Corinthians no Twitter: “A epidemia Corinthiana chegou ao topo do mundo. A Terra
foi tomada por locopositivos”.
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