Evanio
Teixeira deve ser entendido como um fenômeno. Nasceu no sítio, cercado por
solidão literária, foi contaminada pela poesia e hoje faz um trabalho bom,
porque transporta objetos imateriais diretamente para a sensibilidade do
leitor. Isso é poesia.
Evanio
insiste na sua poesia de qualidade, porque acha que a fantasia é a única a
preservar a plenitude da vida. Sem se afastar da verdade poética, que é o
princípio da interpretação do estar no mundo com a linguagem dos
transformadores.
A
poesia dá vantagens de ordem simbólica ao poetista. “Poesia não é farinha, mas
ajuda a viver”, conforme meu compadre poeta Pádua Gorrion, de Itatuba. Os dois
são meus confrades na Academia de Cordel do Vale do Paraíba. Estou convencido
de que o alvo dos poetas é seu próprio cérebro. Ou “coração”, conforme os
líricos. Escrevemos para nosso próprio gozo.
Evanio
Teixeira também faz cordel. Uma poesia dita “popular”, trilhando pelos caminhos
da modernidade, observando a técnica. A cabeça poética de Evanio fabrica versos
amargurados e belos, nascidos sem médico nem parteira, cabendo nos versos
livres ou aprisionados pelo metro do cordel. Falando em prisão, a moda é dizer
que estamos resgatando o cordel. “Se é assim, quem o sequestrou?”, indaga o
poeta Marco Haurélio.
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