quinta-feira, 24 de março de 2016

Minhas cinco mulheres

         
"Cinco mulheres na rua", de Ernst Kirchner 

Recebi mensagem que rola na net pedindo para listar os nomes de cinco mulheres que marcaram minha vida, “de uma forma ou de outra”. Eis o rol de minhas musas inspiradoras:

01 - IRACI MARINHO DE MELO – Essa é hors concours, isto é, sem competidor. É mãe do velho Fabinho, uma heroína igual a todas as mães, com a diferença de que esta é perfeita, com a perfeição intrínseca dessas santas que o meu compadre Romualdo Palhano chama de geratrizes.


02 – GILKA – Não se lembra de mim, certamente. Nem sei se ainda vive. Foi minha professora de música, no tempo em que se ensinava música na escola pública, e por tabela transmitia-se sensibilidade e elementos de pura poesia, tão importantes para a formação das pessoas. No lento ondular das valsas tocadas por ela no velho piano do Ginásio Estadual de Itabaiana, viajei na expressividade do som e da fantasia. Ela deu o tom e o ritmo de minha pré-adolescência.


03 – BENEDITA LUIZA – No mesmo tom de nostalgia, lembro de Benedita Luiza como uma senhora de alma nobre e generosa, que viveu na cidade de Mari, onde também morei por doze anos e rosa, que viveu na cidade de Mari, onde tamba que me ensinou caram minha vida, "que me ensinou noções de dignidade e amor ao próximo. Morreu de câncer no seio. Fundei com ela o partido político, as associações de bairro e a rádio comunitária. Lutei com ela para amenizar a fome crônica das crianças pobres, com as campanhas para nutrir os meninos da Pastoral da Criança. Uma pessoa iluminada.


04- JOANA CÂNDIDA DA COSTA – Minha avó paterna, de apelido “Joana da Pólvora” porque em sua casa guardavam-se explosivos usados pela estrada de ferro para abrir cortes para a passagem da linha férrea. Meu avô, que não conheci, era ferroviário. Por ironia do destino, dona “Joaninha da Pólvora” morreu queimada no fogo que se alastrou em sua casa, devido à queda do candeeiro. Foi uma pessoa extraordinária em sua simplicidade.  É nome de rua em Itabaiana.



05 – Essa mulher eu não digo seu nome porque ela não gosta de publicidade. Para ela construí um soneto feito de mel de abelha e frutas de um antigo paraíso onde não consta a árvore do bem e do mal. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário