O livro de contos “Inverno” será lançado hoje na abertura da IV Flisol – Festa Literária de Solânea, às 20 horas no Grêmio Morenense, um evento da Academia Solanense de Letras. Autores da coletânea: Maria Alyce, Chicco Mello, Fábio Mozart, Wolhfagon Costa, Alexandre Eduardo, José Francisco, Justin Hilton, Italo Fernandes, Djanira Meneses, Kelson Kizz, Lindalva Lima, Maria dos Anjos, Marcus Santi, Tiago Salvador, Claudiana Santos, Lucas Barbosa, Bruna Monaizza, Fábio Alves, Kauan Santtos, Giulliana Milani, Carla Salvador, Adjalyne Silva e Roberta Thallyt.
"Se todo mundo vai morrer, quem vai escrever minha autobiografia?" - (Sonsinho, o filósofo)
André Malraux,
romancista e político francês, declarou que a política ameaçava destruir a
humanidade e que só a arte poderia mantê-la unida. “A arte é a religião
moderna”, disse ele.
Para o escritor, toda
obra de arte, toda manifestação cultural revela uma vitória humana sobre as
forças cegas do destino.
"Político é igual
a vida de Madame Preciosa: o povo nem conhece direito e sai falando." -
Ameba.
Aos dezenove anos, contraí uma febre tropical viajando pela Amazônia, procurando ouro e vendendo chinelo de couro cru. Abandonei meu emprego de datilógrafo do Serviço Militar, aceitei o lugar de clandestino em um navio gaiola, subi os rios Negro, Tocantins, Amazonas.
Meu chefe, um capitão do Exército, queria que eu fosse militar. Corri do serviço militar e entrei no foro sujo da vida contemporânea em pleno “milagre” econômico. Nadei de braçada no lodo de um pântano chamado Brasil.
Repentinamente, voltei. Física e intelectualmente maduro, me refiz da tentativa frustrada de ficar rico no contrabando nortista. Antes que me dominasse a torpeza geral das faculdades, tornei-me cínico.
Cinquenta anos depois, preparo-me para anotar
setenta anos de vida quase perdida. Pensei em fazer uma festa para os amigos,
mas desisti diante do escândalo das bebidas com metanol. Melhor evitar as tragédias.
Hino a João Pessoa e o
fanatismo sebastianista: "João Pessoa / João Pessoa / Bravo filho do
sertão / Toda pátria espera um dia / a tua ressurreição.
Em 1974, em plena ditadura militar, construímos
um transmissor de rádio em amplitude modulada e colocamos no ar a Rádio
Difusora Nazaré em Itabaiana do Norte.
Quem era a Nazaré da nossa rádio pirata? Até
hoje não sei. Foi ideia de Ivo Severo, um pernambucano apaixonado por rádio.
Essa e outras notas sobre a história da radiofonia
itabaianense no meu livro "A Voz de Itabaiana e outras vozes".
Este livro foi premiado com edição através da
Funarte.
Meu avô Severino Benedito gostava de estremecer os alicerces da terra com dinamites. Era ferroviário cabo de turma da conserva, pioneiro na abertura da estrada de ferro que cortava o Nordeste.
Meu tio Luiz Gonzaga Costa foi ferroviário torneiro mecânico em Jaboatão, Pernambuco. Eu fui telegrafista da mesma Rede Ferroviária Federal. Meu pai foi aprendiz de telegrafista, mas acabou sendo gráfico.
Pai trabalhou em oficinas gráficas por mais de 40 anos. Foi onde aprendeu a ler, escrever e montar jornais. Adoeceu com a tinta tóxica, quase morreu. Foi para o Recife na década de 50 para trabalhar nas tipografias.
Lá encontrou um antigo companheiro de Timbaúba, ex-gráfico. Luquinha, era esse o nome do cara, havia mudado de profissão. Exercia com insolência e presunção o cargo de investigador de polícia. Em nome da antiga amizade, aconselhou: “Arnaud, quando você for preso aqui no Recife, diga que me conhece. Em vez de levar doze bolos nas mãos, só leva seis”.
Dizem que velho só conta o que foi, mas o passado é o que interessa. Mesmo porque não existe futuro.
“Mestre Arnaud e suas histórias... Meia hora de conversa com ele era melhor que certas aulas de história por aí. Foi um grande homem e ícone da história itabaianense”. – (Artur Anderson)
Padre Kelson não é
padre, Bozó não é patriota, Madame Preciosa é falsa vidente, a Barata é falsa,
Zé Barata é uma mentira e só tem uma verdade: RÁDIO BARATA NO AR estará no ar nesta
sexta-feira (03) às 10h na www.radiodiariopb.com.br
Ao lado, um bar e um
domicílio. Do bar sai uma velhinha enxotando um gatinho preto com a vassoura.
No mesmo instante, um cão magérrimo e sarnento arrasta suas dores pela rua, em
busca de comida.
A vida injusta tirou a
força e a esperança do cachorrinho. Ele segue mancando, sem confiança, para um
futuro irrevogavelmente funesto. Vai morrer sem assistência, talvez a pauladas
por tentar roubar um pedaço de carne.
Em sentido contrário,
vem o senhor de meia idade sem olhar para os lados, distraído, pensando nos
seus humildes e irrelevantes problemas pessoais. Não dá fé do cachorro, do gato, da velhinha,
dos buracos ou do rio de lama.
Indigência, miséria e
privação, injustiça e sacanagem governamental passam ao largo. Ninguém percebe.
Vive-se no caos que já faz parte do cotidiano da coletividade. A indignidade
não afeta a consciência daquelas pessoas.
E o futuro a Deus pertence, diz o padre na igreja.
“A música é o verbo do
futuro” – (Victor Hugo)
Tijolinhos viajando de
Uber Moto para Pilar, onde vai ajudar a segurar o muro do amigo Pontual.
VERSO DO DIA
O velho e bom leão é um gato
pingado
Daquela geração de séculos atrás.
As almas camaradas não existem
mais,
Fugiram deste mundo atroz,
danificado.
Aquele dia bom será sempre
lembrado,
Tempo de exercício em tons
acidentais
Em mentes pueris, dispondo
virtuais
Anseios afetivos em pleno
aprendizado.
E a minha antiga alma enamorada e
terna
Na orquestração desse prazer
pretérito
Dança ao infindo som da harpa
eterna.
É como se a vida estranhamente,
Reconhecendo em nós oculto
mérito,
Voltasse aos tempos idos de
repente.
F. Mozart
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