domingo, 3 de outubro de 2021

POEMA DO DOMINGO

 



ABC DE JOÃO THEOTÔNIO, O POETA GENTILEZA

 

Agora vou relatar

A vivência de um bardo

Nascido no Rio Tinto

Esse cidadão galhardo

Por noventa e três bons anos

Feliz, carregou o fardo

 

Bebendo a água da vida

Com elegância e gentileza

Respeitando a humanidade

Proletária ou burguesa

De modo fino e educado

Essa foi sua nobreza

 

Conheça João Theotônio

Que é da família Carvalho

Em 22 de janeiro

Neste cordel eu detalho

Nascia o nobre poeta

Da sua história me valho

 

Dentro da literatura

Para fazer o folheto

Enaltecendo seu Theo

Neste humilde livreto

Aos nobres da Academia

O trabalho submeto

 

Ele foi radialista

Foi atleta e foi ator

Grande líder operário

Cordelista de valor

Autor de versos gentis

Sonetista e trovador

 

Filhos, ele deixou oito

Com mais dezessete netos

Antes de fechar os olhos

Conheceu cinco bisnetos

Deixou também a saudade

Nos seus amigos diletos

 

Gerando vida e exemplo

João Theotônio viveu

Simples, humilde e correto

Grande lição ele deu:

A pessoa cordial

Parte e não envelheceu

 

Há noventa e três janeiros

Nascia um homem gentil

Gente fina, de bons modos

Nesse mundo tão hostil

Ardente amante das artes

Com a alma juvenil

 

Inimigos, João não tinha

Líder no bairro Bancário

Todo mundo respeitava

O citadino lendário

Recebendo até diploma

De cidadão honorário

 

João Theotônio era ouvinte

Assíduo da Tabajara

Rádio que ele viu nascer

Como uma joia rara

Na usina São João

Teve uma vivência rara

 

Lá ele botou no ar

No ano 45

Uma emissora AM

E trabalhou com afinco

Pela comunicação

Abrindo do rádio o trinco

 

Meu contato com seu Theo

Na Tabajara se deu

Ele sendo entrevistado

A alma fosforesceu

O apreço e simpatia

Logo se estabeleceu

 

Na nossa Academia

Seu Theo foi bem recebido

Se fez amigos de todos

Com amor foi acolhido

E sua doce figura

Jamais sofrerá olvido

 

Outra faceta de Theo

Acrescento como aporte

Neste modesto trabalho

Como singular recorte:

Seu Theo foi um bom atleta

Do glorioso Auto Esporte

 

Pelo Autinho do Amor

Foi seu Theo um campeão

Ganhando do Botafogo

Em distinta ocasião

Isso nos anos cinquenta

Quando o Auto era um timão

 

Quero ainda ressaltar

Theotônio escritor

Foi autor de três bons livros

Com sonetos de valor

“Esta chama não se apaga”

Foi esta a última flor

 

Regada no seu jardim

De poeta gentileza

Sendo este dote gentil

A sua maior riqueza

Construiu a trova e verso

Com toda delicadeza

 

Seu Theo nos deu o exemplo

Que ser cortês não é patente

Não te faz um ser melhor

Nem mais bondoso ou valente

Apenas se sobressai

De muitos faz diferente

 

Theo, receba dos confrades

O mais carinhoso abraço

Valeu por ter amarrado

Em nós o mais forte laço

De apreço e amizade

Ocupando o mesmo espaço

 

Uma vida dedicada

À arte e urbanidade

João Theotônio nos deixa

Transvazando de saudade

Irrigando a flor da dor

No jardim da amizade

 

Viver saudade é melhor

Do que caminhar vazio

Diz o poeta Peninha

Enfrentando o mar bravio

Da solidão dos amigos

Nesse viver arredio

 

Xodó dos seus companheiros

E companheiras também

Partiu o amigo Theo

Para o Éden no além

Sempre humilde e educado

Porque assim lhe convém

 

Zelaremos pelo nome

Do nosso nobre confrade

Tão simples de coração

Feito de pura bondade

Seu Theo, receba esses versos

Coroados de saudade!

 

 

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