terça-feira, 14 de abril de 2015

Direito à depressão


“Se você tem um sonho, tem que correr atrás dele”, diz a frase idiota do imbecil americano que fez um daqueles filmes melosos para penetrar na psicologia e nas mentes dos babacas do mundo e injetar a merda do estilo de vida daqueles veados gordões e sacanas. Quem tem sonho, deve é dormir pra sonhar, bando de otários!

Hoje tou assim, tipo “não tou nem aí”. Se minha vida fosse um processo judicial, seria arquivado hoje “por falta de interesse das partes”.

Outro panaca escreveu em um desses blogs fuleiras como o que vossa mercê está lendo agora, que eu prontamente transcrevo, para não ter que pensar: “Uma vez um grande amigo me disse que nós deveríamos ter o direito de não produzir. Ter o direito de ficar coçando, morgando, de dormir o dia inteiro, de não produzir nada, nem “artisticamente”, nem profissionalmente, nem financeiramente. Seria praticamente o direito à depressão. O direto de viver fora do calendário, ou como diria um adorável capixaba, “de ficar trancado do lado de fora da vida”.

Mesmo para um velhote aposentado, a porra da sociedade não permite tal luxo. Tenho que me mover. Se ficar parado, a falta de grana, a família e sua encheção de saco vão ficar enchendo o saco. Não tenho direito nem ao autoexílio. 

É por isso que os babacas são felizes. A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata, visceral, dessas que querem saber o sentido da vida, ou que não querem saber de nada além de suas experiências pessoas intransferíveis e inexistentes na tabela de ações “normais” do ser social, esses malandros acabam por ser rotulados de marginais. Por isso, mais uma vez prestarei meu papel de idiota e vou me levantar desta cadeira para enfrentar a porcaria do mundo. Encarar os mesmos safados de sempre, os hipócritas, os feladaputistas do mundo real e o babaca do meu patrício brasileiro, um ser que é um tratado vivo de como ser aparvalhado e ser feliz.

Eu diria, como Lary Kramer: “Não é revolta, é saco cheio da realidade.” Enfim, entediado máster.

Sim, e sabem o que vou fazer agora? Brigar com a companhia fornecedora de água que fica racionando o produto e quer que eu pague pelas safadezas todas da empresa. Mês passado paguei 50 reais. Este mês me mandaram uma conta de R$ 600 reais. Felas da puta, pisam na bola, fazem merda e obrigam o consumidor a sair de sua zona de desconforto pra resolver essa parada mal alinhavada e fedorenta. Pode ser ponderado, fino e ter postura com uma safadeza dessas?

Jamais vou dominar os princípios da sociedade humana. Por isso, serei sempre um sujeito sem princípios. 






Nenhum comentário:

Postar um comentário