segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sociedade sem dinheiro - essa utopia ainda vive

Adrian Hoppel é um webdesigner da Filadélfia e há alguns anos decidiu que não queria trabalhar em um emprego tradicional. Inventou a “economia do presente”. Funciona assim: “"Se nós decidirmos trabalhar juntos, eu vou construir um site como um presente. Depois que estiver pronto, eu o entrego a você. Então, se considerar que o projeto valeu a pena, pode escolher algo justo como presente. Não há nenhum contrato, nenhuma negociação, nenhuma pressão."
Ivaldo Gomes, um professor da Paraíba que procura viver o mais alternativamente possível: “Lembra que a gente já conversou uma vez sobre isso? Que tinha um cara que abriu um restaurante que não tinha preço fixo dos pratos e que os clientes comiam, avaliavam e pagava o que achava que valia? Pois é, tá migrando pra outras práticas e relações de troca. O mundo muda. Existe um mundo além dos banqueiros.”
De certa forma, eu trabalho assim. Outro dia, alguém me questionou: “o que você ganha investindo em projetos culturais sem nenhuma perspectiva de retorno?” Eu digo que depende do ponto de vista. Se você considerar que fazendo algo que, pra você, é gratificante, aí já vem embutido um ganho considerável em saúde mental e geral, coisa que não se pode nem avaliar em termos financeiros.
No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor. Depois, muito depois, criaram o Sistema Monetário e até hoje estamos pendurados nos juros escrotos dos bancos e financeiras.
São muitas as experiências na busca de uma sociedade alternativa, sem dinheiro. No Paraná, município de Cascavel, um grupo comprou um terreno para uma experiência coletiva. Querem criar uma sociedade sem dinheiro. Já têm vários projetos de sustentabilidade. Uma sociedade sem comércio, utopia que faz parte da vida de muitas pessoas. “Nosso principal debate e desafio é que não queremos só ficar lá, isolados e distantes do mundo. Nós queremos ser uma referência política, mostrar que existe um modelo pós-capitalista, superior ao que estamos vivendo”, disse Rosa Maria, integrante de outro projeto coletivo semelhante perto de Fortaleza, no Ceará. Conforme Rosa, as relações de produção e consumo serão coletivas. O grupo planeja ainda sessões de “partilhas”, onde cada um pode se abrir sobre o que está sentindo no momento.
“Viva a sociedade alternativa!”


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