Em 18 de maio de 2020 faleceu em Guarabira o poeta
cordelista, violeiro, xilogravador e Mestre da Cultura Ismael Freire da Silva.
A prefeitura local registrou o desaparecimento do artista que estava radicado
em Guarabira desde 1940, “onde desenvolveu toda a sua produção artística e
deu voz à cidade e ao povo com um legado que ficará para a história e os
admiradores das futuras gerações”.
Ismael Freire nasceu no dia 30 de julho de 1924. No
dia 3 de maio deste ano, a Academia de Cordel do Vale do Paraíba homenageou o
poeta bananeirense em plena feira livre daquela cidade brejeira, durante sarau
do Projeto Caravana do Cordel Brasileiro. O cordelista Gilberto Baraúna, de
Pilões, disse na ocasião: “Queremos
estar aqui nesta feira em julho para festejar o centenário desse grande poeta
bananeirense”. Eu distribuí gratuitamente meu folheto
“Cordel para Bananeiras” e prometi voltar à feira com um folheto sobre Ismael
Freire no dia 30 de julho, data do centenário de nascimento. De fato, em alusão
aos cem ano do nascimento de Ismael Freire e em honra da sua memória, lançarei
o folheto “Poetas de Bananeiras”, onde registro fatos sobre a vida desse homem
simples e fecundo criador, uma das principais figuras do cordel brasileiro
produzido na Paraíba, onde nasceu esse gênero.
Não há de se negar a
importância e o papel de Ismael Freire no cordel brasileiro, nascido em
Bananeiras, cidade onde também veio ao mundo João Melchíades Ferreira da Silva, outro monstro sagrado deste gênero. Como sócio efetivo da
Academia Bananeirense de Letras e Artes, estou propondo algumas ações por parte
das entidades públicas e privadas de Bananeiras, envolvendo inclusive os
estudantes da rede de ensino, com o fito de incentivar o conhecimento da vida e
da obra do escritor entre os alunos e o público em geral. Quem sabe, um
concurso municipal de poesia. Sei que o prazo é exíguo, temos menos de 30 dias,
mas vale a pena o esforço para que o poeta seja lembrado em sua terra natal, um
dos grandes personagens na história cultural da cidade. Como disse o cronista
Alvaro L. Costa Correa, lembrar do artista é dar à sua obra
a permanência que merece. É mantê-lo, de alguma forma, aqui entre nós.
Morador do município há quatro anos, já produzi um folheto contando a história de
Bananeiras, onde se faz um passeio pela história desta cidade de 21 mil
habitantes, situada na região do Brejo paraibano, que já foi o maior produtor
de café do Nordeste até o começo do século vinte, o que tornou a cidade mais
rica da região, expressa ainda hoje na arquitetura dos seus oitenta casarões
ainda preservados. Quis fazer essa homenagem à terra dos poetas Ismael Freire e
João Melquíades Ferreira da Silva, e agora apresento o cordel “Poetas de
Bananeiras” no centenário de Ismael.
Ismael
Freire da Silva
Um vate
que idolatro
Nasceu em
30 de julho
Do ano de 24
Sua vida dá um filme
Ou uma peça de teatro.
No ano dois mil e vinte
Se deu o falecimento
Desse artista celebrado
Pelo versátil talento
Viveu 96 anos
Transformou-se em monumento.
Foi poeta cordelista
E um mestre violeiro
Como xilogravurista
Dominou o seu terreiro
Como editor/produtor
Deste cordel brasileiro.
Sua terra Bananeiras
Fica devendo homenagem
Mesmo depois que o poeta
Fez sua grande viagem
Resgatando a memória
Do bardo e sua imagem.
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