domingo, 8 de novembro de 2020

CORDEL DA BARATA DOIDA

 


Eu começo aqui essa bagaça

Já saudando os colegas de primeira

Eu cantando baião no meio da feira

Valorando o poder de nossa raça

A barata aqui não se disfarça

Ela tem uma fala verdadeira

Pode até vomitar muita besteira

E soltar muita goga e bravata

A malícia e o fedor dessa barata

Enfeitiça a ralé baratazeira

 

A barata aqui sem eira ou beira

Já conquista o povo do Brasil

Com humor petulante e sutil

Vai subindo no mastro da bandeira

Com essa barata trepadeira

A moral do imoral desmoraliza

Sem temer levar golpe, tiro ou pisa

A barata já faz cocô no pano

Dá mijada no meio do oceano

Que a gaitada será sua divisa

 

A barata sem medo não alisa

Ela tem o cheirinho de uma rosa

O charme de Madame Preciosa

Ela é leve e suave como a brisa

Bento Filho também imortaliza

A gracinha sem graça e rançosa

A chalaça vulgar e venenosa

Na linguagem do verso popular

Eu não sei a polícia onde é que está

Que não prende essa gente cavernosa

 

A barata safada e leprosa

Dissemina fedor e mal costume

Com piada sem graça e azedume

Em sessão sem moral e vergonhosa

Completando a patota mafiosa

Aumentando a catinga do chorume

O Serginho Piaba quem assume

Os botões do controle da barata

É a rádio anarquista e pirata

Uivando e aumentando o volume

 

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