domingo, 5 de agosto de 2018

POEMA DE DOMINGO




Levemente depravado
levita inconsciente
o anjo enrouraçado

Não era uma vez
um conto de fodas
de extrema gravidez

Desconfiado de Deus e da ciência
morreu com um pé atrás
ponto final com reticência...

Um artista visual
sem visibilidade
não usa bifocal

Envolveu em lã
os restos da noite
que sujam a manhã.

Sem mais literatura
escritor lamenta
sua brochura.

Alheio ao domingo
o céu tristeza
de pingo em pingo.

Na cabeça um estribilho
o poeta espera
no mínimo um filho.

Podridão contida
meretriz moureja
na puta vida.

Santa incoerência:
em casa de saúde
mora a doença.

Dedicou-se à agonia
desfalece à noite
pra morrer de dia.

F. Mozart

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