domingo, 22 de janeiro de 2017

POEMA DO DOMINGO


Ravi, filho do Sol

Arnaud Neto

A noite era quente, verão de Janeiro
Sinal derradeiro, algo a acontecer:
Uma chuva, um prenúncio no meio da noite
Sacraliza o rito de um ser a nascer
Nasceu genioso, chutando o doutor
Jogando os braços, tirando a pulseira
“Meu Deus, que menino brabo da mulesta
Se soltar ele aqui pára em Mangabeira!”
O doutor levou o menino para perto
Daquela que tanto sofreu para tê-lo
As dores de um parto, as dores da vida
Acabavam ali, simplesmente por vê-lo
Ver como valeu tanto a pena esperar
Pelo Filho do Sol e do seu esplendor
Que no seu olhar já queria dizer:
Eu fui concebido e gerado no amor.

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