(Adão e Eva – Tamara de Lempicka – 1931) |
SONETO
Imagino-me embaixo das
cobertas
Para o encontro vital e
verdadeiro
Perpetrado nas tais horas
incertas
Em que domas o ereto
bandoleiro.
Com as portas do céu
entreabertas,
Introduzes o velho bucaneiro
E com arte e ciência já
enxertas
A semente de agosto em
fevereiro.
Olhar, desejar, beijar,
despir, gozar;
Conjuguemos os verbos
saborosos
Avançados no tempo,
ambiciosos,
Mas remotos como a fruta no
pomar
Que despiu e uniu Adão e Eva,
Transgressão seminal que a
vida ceva.
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