sexta-feira, 12 de outubro de 2012

FATOS PITORESCOS DO FUTEBOL





Vila Nova de Itabaiana em 1964:  Em pé: Láu, Jaime, Ararium, Toinho,Valdo e Tuba. Agachados: Guedes, João de Paizinho, Naná, Adilton e Lima, mascote: Zé Aurélio




O TIME DE MESTRE (1)

Mestre era dono de padaria em Itabaiana. Todo domingo enchia seu caminhão de garotos e levava para Timbaúba. Na volta, os garotos gritando, aquela euforia, o time havia vencido. Passavam na cancela do Posto Fiscal de fronteira entre Paraíba e Pernambuco sem que o fiscal parasse para averiguações.

O TIME DE MESTRE (2)

Até que um dia, um bêbado pegou carona no caminhão. Foi na cota da torcida. Caminhão cheio de gente, o bebinho estranhou os sacos de farinha de trigo no lastro, sacolejando na buraqueira da estrada Itabaiana/Juripiranga. Ao passar no posto fiscal, o bêbado gritou para o fiscal de fronteira: “Hoje o time perdeu, mas Mestre comprou farinha no mole que dá pra dois meses de pão e ainda sobra”.

EM NOME DO PATROCINADOR (1)

Ivo Severo criou o departamento de esporte na sua Rádio Difusora Nazaré, estação clandestina cujo transmissor, sem nenhum filtro, jogava o sinal da rádio em todo o dial. Em Itabaiana, os aparelhos de rádio só pegavam a rádio de Ivo. Mas, voltemos ao futebol. Ivo chamou Marcos Veloso para funcionar como narrador das partidas do campeonato local, tendo como comentarista Carlinhos Veloso. 

EM NOME DO PATROCINADOR (2)

Pernambucano de Sairé, Ivo Severo conseguiu patrocínio da aguardente Pitu para as transmissões esportivas de sua rádio. Acontece que o Botafogo da Maloca tinha, entre seus jogadores, um lateral conhecido por Caranguejo, nome de outra cachaça concorrente, de Campina Grande. Por ordem de Ivo, os locutores da rádio Nazaré só chamavam o rapaz de Pitu.

ERROU A MÃO

Barata era jogador do Botafogo da Maloca. Adoeceu e foi ao médico. Dr. Pires prescreveu ferro para o organismo depauperado. O atleta começou comendo chaves e outros pequenos objetos metálicos. Foi atendido no Hospital São Vicente de Paulo. Após lavagem estomacal, o médico retirou de seu estômago quatro chaves, 18 pregos, um pedaço de arame e um ferrolho.

BOMBA NA VIÚVA

Stanislaw Ponte Preta conta a história da Associação das Viúvas de Minas Gerais que enviou ofício ao Secretário de Segurança Pública pedindo a proibição da queima de fogos nos campos de futebol. Motivo: “Muitos homens morrem por causa das bombas e isso aumenta a emotividade dos aficionados do futebol fazendo com que eles não liguem mais para as outras coisas belas da vida”. Tradução: “Deixem de soltar bombinhas nos estádios e venham bombardear as viúvas”.

PADRE NÃO ENTRA

Do mesmo Stanislaw: “A Federação Piauiense de Futebol , com a finalidade de atrair as mulheres para o futebol, resolveu que somente pagarão metade do ingresso. Mas, no comunicado alertam: “Vestindo saia, mas somente do sexo feminino, terão direito ao abatimento”.

NUNES NÃO ASSUME

Nunes foi artilheiro no Flamengo, campeão do mundo e atacante da Seleção. Muito se fala das frases atribuída a ele, que nega ser autor das besteiras. Dizem que ele é autor das ‘pérolas’: "A bola ia indo, ia indo, e iu...", "o meu estado não inspira gravidez" e "tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana".

MAIS APELIDOS

O apelido deve ter sido inventado junto com o futebol. E não é só jogador que tem apelidos exóticos. Conheci árbitros e bandeirinhas que atendiam pelos nomes de Feiúra, Cachimbo Eterno, Bolo Fofo, Preá, Bodeiro, Inhaca, Belisco, Biu Amarelo, Pajeba, Bororó, Pinga, Galo Cego, Titela, Pardal, Caveirinha e Curió.

O SAPO DO ARUBINHA

Uma deliciosa lenda carioca. Em dezembro de 1937, o pequeno Andarahy esperava o Vasco em uma noite chuvosa para um jogo pelo campeonato estadual. Nada de os vascaínos aparecerem por várias horas (seu ônibus havia sofrido um acidente), mas o time do subúrbio não quis pedir o W.O., pois achava que seria indelicado com o adversário. Quando o Vasco finalmente chegou, o ponta-esquerda Arubinha pediu para os cruzmaltinos retribuírem a cortesia e não humilharem o Andarahy. Não serviu de nada: o time da colina fez 12-0, sem piedade dos oponentes que haviam aguardado tanto tempo na chuva. Arubinha, enfurecido, ajoelhou-se no campo e praguejou, suplicando aos céus que deixasse o Vasco 12 anos sem um título, como punição pelo ato vil daquele dia. E de fato o Vasco não ganhou nada a partir dali. A cada título perdido vinha a lembrança de Arubinha. De algum lugar, então, veio a sugestão de que o ponta havia enterrado um sapo no gramado de São Januário, para selar a maldição. O campo foi revirado e nada do sapo. O Vasco recorreu ao próprio Arubinha, pedindo que ele revelasse a localização do bicho. O jogador disse que nunca havia enterrado sapo algum, mas retirou a praga. No mesmo ano (1945) o Vasco voltou a ser campeão. O sapo, aliás, nunca foi encontrado. (Do Blog Memória do Futebol)

(Do livro “Fatos Pitorescos do Futebol”, de Arnaud Costa, inédito)

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