O TIME DE
MESTRE (1)
Mestre era
dono de padaria em Itabaiana. Todo domingo enchia seu caminhão de garotos e
levava para Timbaúba. Na volta, os garotos gritando, aquela euforia, o time
havia vencido. Passavam na cancela do Posto Fiscal de fronteira entre Paraíba e
Pernambuco sem que o fiscal parasse para averiguações.
O TIME DE
MESTRE (2)
Até que um
dia, um bêbado pegou carona no caminhão. Foi na cota da torcida. Caminhão cheio
de gente, o bebinho estranhou os sacos de farinha de trigo no lastro,
sacolejando na buraqueira da estrada Itabaiana/Juripiranga. Ao passar no posto
fiscal, o bêbado gritou para o fiscal de fronteira: “Hoje o time perdeu, mas
Mestre comprou farinha no mole que dá pra dois meses de pão e ainda sobra”.
EM NOME DO
PATROCINADOR (1)
Ivo Severo
criou o departamento de esporte na sua Rádio Difusora Nazaré, estação
clandestina cujo transmissor, sem nenhum filtro, jogava o sinal da rádio em
todo o dial. Em Itabaiana, os aparelhos de rádio só pegavam a rádio de Ivo.
Mas, voltemos ao futebol. Ivo chamou Marcos Veloso para funcionar como narrador
das partidas do campeonato local, tendo como comentarista Carlinhos
Veloso.
EM NOME DO
PATROCINADOR (2)
Pernambucano
de Sairé, Ivo Severo conseguiu patrocínio da aguardente Pitu para as
transmissões esportivas de sua rádio. Acontece que o Botafogo da Maloca tinha,
entre seus jogadores, um lateral conhecido por Caranguejo, nome de outra
cachaça concorrente, de Campina Grande. Por ordem de Ivo, os locutores da rádio
Nazaré só chamavam o rapaz de Pitu.
ERROU A MÃO
Barata era
jogador do Botafogo da Maloca. Adoeceu e foi ao médico. Dr. Pires prescreveu
ferro para o organismo depauperado. O atleta começou comendo chaves e outros
pequenos objetos metálicos. Foi atendido no Hospital São Vicente de Paulo. Após
lavagem estomacal, o médico retirou de seu estômago quatro chaves, 18 pregos,
um pedaço de arame e um ferrolho.
BOMBA NA
VIÚVA
Stanislaw
Ponte Preta conta a história da Associação das Viúvas de Minas Gerais que
enviou ofício ao Secretário de Segurança Pública pedindo a proibição da queima
de fogos nos campos de futebol. Motivo: “Muitos homens morrem por causa das
bombas e isso aumenta a emotividade dos aficionados do futebol fazendo com que
eles não liguem mais para as outras coisas belas da vida”. Tradução: “Deixem de
soltar bombinhas nos estádios e venham bombardear as viúvas”.
PADRE NÃO
ENTRA
Do mesmo
Stanislaw: “A Federação Piauiense de Futebol , com a finalidade de atrair as
mulheres para o futebol, resolveu que somente pagarão metade do ingresso. Mas,
no comunicado alertam: “Vestindo saia, mas somente do sexo feminino, terão
direito ao abatimento”.
NUNES NÃO
ASSUME
Nunes foi
artilheiro no Flamengo, campeão do mundo e atacante da Seleção. Muito se fala
das frases atribuída a ele, que nega ser autor das besteiras. Dizem que ele é
autor das ‘pérolas’: "A bola ia indo, ia indo, e iu...", "o meu
estado não inspira gravidez" e "tanto na minha vida futebolística
quanto com a minha vida ser humana".
MAIS
APELIDOS
O apelido
deve ter sido inventado junto com o futebol. E não é só jogador que tem
apelidos exóticos. Conheci árbitros e bandeirinhas que atendiam pelos nomes de
Feiúra, Cachimbo Eterno, Bolo Fofo, Preá, Bodeiro, Inhaca, Belisco, Biu
Amarelo, Pajeba, Bororó, Pinga, Galo Cego, Titela, Pardal,
Caveirinha e Curió.
O SAPO DO ARUBINHAUma deliciosa lenda carioca. Em dezembro de 1937, o pequeno Andarahy esperava o Vasco em uma noite chuvosa para um jogo pelo campeonato estadual. Nada de os vascaínos aparecerem por várias horas (seu ônibus havia sofrido um acidente), mas o time do subúrbio não quis pedir o W.O., pois achava que seria indelicado com o adversário. Quando o Vasco finalmente chegou, o ponta-esquerda Arubinha pediu para os cruzmaltinos retribuírem a cortesia e não humilharem o Andarahy. Não serviu de nada: o time da colina fez 12-0, sem piedade dos oponentes que haviam aguardado tanto tempo na chuva. Arubinha, enfurecido, ajoelhou-se no campo e praguejou, suplicando aos céus que deixasse o Vasco 12 anos sem um título, como punição pelo ato vil daquele dia. E de fato o Vasco não ganhou nada a partir dali. A cada título perdido vinha a lembrança de Arubinha. De algum lugar, então, veio a sugestão de que o ponta havia enterrado um sapo no gramado de São Januário, para selar a maldição. O campo foi revirado e nada do sapo. O Vasco recorreu ao próprio Arubinha, pedindo que ele revelasse a localização do bicho. O jogador disse que nunca havia enterrado sapo algum, mas retirou a praga. No mesmo ano (1945) o Vasco voltou a ser campeão. O sapo, aliás, nunca foi encontrado. (Do Blog Memória do Futebol)
(Do livro “Fatos Pitorescos do Futebol”, de Arnaud Costa, inédito)
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