quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Meu compadre Carimbó




Carimbó e Neneu Batista no estúdio da Rádio Comunitária Araçá de Mari
Antonio Carimbó conhece Mari na palma dos pés. Foi meu colega ferroviário, campeão de audiência nos bares e manichulas da terra do professor Pedro Nunes, o bêbado mais inteligente e performático daquelas bandas. 

Se bom humor fosse dinheiro, Carimbó todo ano ia à Europa. Pense num caboclo tranquilo e calmo. Somos irmãos de provação e carma na estrada de ferro, nos estertores da rede ferroviária onde eu e ele nos aposentamos, no apagar das luzes. 

Carimbó mora hoje em João Pessoa, deixou de beber e fumar porque o coração quis dar uma paradinha, teve que fazer operação. É um homem livre, com toda sua falta de consequência, uma pessoa que vive no limite da irresponsabilidade. Carimbó nunca quis saber quem pintou a zebra ou quem botou dobradiça na borboleta. Sempre quis foi rosetar. Esteve sempre de mal com a morte e de bem com a vida. 

Certo dia, deixaram Carimbó encabulado. Chegou um doidinho por nome “Caveirinha” na Rádio  Comunitária Araçá onde ele trabalhava de controlista. 

CAVEIRINHA – O senhor faz o que aqui?

CARIMBÓ – Sou contra-regra.

CAVEIRINHA – Eu sou a favor.

CARIMBÓ – De que?

CAVEIRINHA – Da regra.

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