segunda-feira, 1 de julho de 2013

Erasmo Souto por ele mesmo



Nasci no dia 31 de janeiro de 1941, hoje com mais de 26.500 dias ou 630 mil horas vividos. Sou Filho de José Camilo Pereira Sobrinho e Josefa Pereira Borges. A casa da gente tinha o número 108 da praça Mal. Deodoro. O casal, sem ter o que fazer, danou-se a fazer filhos e o resultado... eu e mais 12. Dizem até que meu pai botava a cueca pra secar e Dona Zefa amanhecia grávida.

Comecei a trabalhar como locutor da Rádio Clube de Itabaiana. Logo deixei porque minha voz era tão fina que provocava dúvida (locutor ou locutora?). Fui para A Brasileira de José Nunes Machado. Depois saí de lá para ganhar mais dinheiro nas Lojas Paulistas, razão pela qual fui taxado de “traidor” por Zé Nunes. Dias depois, novo “emprego, garçom do Bar e Restaurante Teve Jeito de Ernani Maroja, de onde saí por causa da cozinheira,  uma tal de Zefa (xapralá!).

Quando atingi a idade adulta (favor não confundir com “adúltera”) achei de bom alvitre (ôxen, que diabo é isso?) cair no oco do mundo e fui bater em Campina Grande. Trabalhei na portaria da Rádio Borborema e depois tornei-me bancário. Finquei pé e não mais deixei de sê-lo (que idioma, meu Deus). Consegui me aposentar no extinto Banco do Estado de Pernambuco. Acusaram-me até de “parente do governador” porque aposentei-me como Assessor de Presidência. Não sabiam os acusadores que eu, aos 11 anos de idade, havia concluído o Curso Primário do Colégio São José de Dona Marieta Medeiros.

Até hoje não sei por que me danei a escrever livros (?????). Vejam que títulos: UM PARAÍBA FALANDO PARA O MUNDO, PARAÍBA & PERNAMBUCO UM CASAL MUITO MALUCO, PARAÍBA & PERNAMBUCO NO PAÍS DO VUCO-VUCO, NORDESTE TINTIM POR TINTIM, ESSE BANDEPE ARRETADO E SEUS BANCÁRIOS MARAVILHOSOS, CRIANDO CAUSO, SUA MAJESTADE O POVÃO, OXENTE BRASIL!!! Está na agulha SEM VEIGONHICE DE MATUTO. Que aguardem meus queridos, ilustres,, excelentíssimos , majestáticos e eruditos leitores, a quem já vendi quase 30 mil livros. É assim mesmo: a gente vai vendendo e gastando o dinheiro. No final, nem dinheiro, nem livro. Coisa de escritor safado...

Devo a duas pessoas parte do meu interesse pela arte de escrever: Marieta Medeiros pelo que aprendi no seu colégio e Arnaud Costa, que me deu enorme e valioso incentivo quando era o jornalista e redator d'A FOLHA. Levava-lhe meus escritos e dele recebia os ensinamentos para redação de um texto, um artigo, uma crônica. Nunca expressei a ele o meu agradecimento com receio de incomodá-lo na sua humildade. Pra mim Arnaud foi um cabra arretado. 

Alguém perguntará: “O que restou de tudo isso?”  - Saudade. Muita saudade. Tudo o que fica do que não ficou.

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