domingo, 21 de julho de 2013

Beto Quirino vai agitar no Ponto de Cultura

Beto Palhano, Beto Quirino e este locutor que vos fala, levando um lero na Rádio Tabajara da Paraíba

Alberto Quirino é o Beto Quirino, artista do teatro popular de bonecos que um dia fez teste para uma minissérie da Globo e passou a trabalhar na Vênus Platinada, aquela prostituta de luxo que corrompe o cenário televisivo e, por tabela, o mundo dos negócios, da política e dos costumes. Presente algum tempo no horário nobre da Globo, Beto Quirino não perdeu, entretanto, sua humildade, seu jeitão de ser Paraíba, um artista de rua apaixonado pelo teatro e pelo seu povo.

Entrevistei a figura no meu programa “Alô comunidade”, na Rádio Tabajara da Paraíba, neste sábado (20). O cara nunca deixou de se dedicar aos projetos culturais e sociais voltados para crianças de comunidades carentes. Agora mesmo está empenhado no projeto “Caso não chova”, que é um lance de juntar artistas dos bairros e fazer uma zoada em determinada esquina, com declamações, cantos, e música, e o mais que aparecer. Até o sujeito que imita um galo vai lá e apresenta seu número. Beto Quirino é uma espécie de Chacrinha do subúrbio, gosta de programas de calouros, imitando desde Ariano Suassuna até Valdick Soriano. 

Um dia, Beto juntou os bonecos num matulão e se mandou para São Paulo. Lá, com sua simplicidade, inteligência e perspicácia, mandou ver nas quebradas, armou a tenda nas ruas, dançou e tocou a marcha. Depois voltou para a Paraíba, entrou de novo nas rodas de músicos, mamulengueiros e agitadores culturais da terra. Veio o lance da Globo, fez miniséries e novelas. Eu não vejo novela, mas me disseram que Beto botou pra torar numa novela chamada “Duas caras”, onde interpretava um anão da tropa de choque de um tal Juvenal Antena,  interpretado por Antonio Fagundes.

Falei para Beto Quirino sobre nosso trabalho artístico no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em Itabaiana. Ele se entusiasmou na hora. Ofereceu-se pra fazer oficina de bonecos e mostrar seu filme “Sertanejo, quem te ensinou a nadar”. Falta marcar o dia e a hora. Pra mexer com arte popular nunca é tarde, se bem que não seja cedo. Daí eu pego a lembrar da poesia de Sérgio Mendonça: “Vê a cara suja / do palhaço que chora / de ter perdido / a hora de rir.


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