Beto Palhano, Beto Quirino e este locutor que vos fala, levando um lero na Rádio Tabajara da Paraíba |
Alberto
Quirino é o Beto Quirino, artista do teatro popular de bonecos que um dia fez
teste para uma minissérie da Globo e passou a trabalhar na Vênus Platinada,
aquela prostituta de luxo que corrompe o cenário televisivo e, por tabela, o
mundo dos negócios, da política e dos costumes. Presente algum tempo no horário
nobre da Globo, Beto Quirino não perdeu, entretanto, sua humildade, seu jeitão
de ser Paraíba, um artista de rua apaixonado pelo teatro e pelo seu povo.
Entrevistei
a figura no meu programa “Alô comunidade”, na Rádio Tabajara da Paraíba, neste
sábado (20). O cara nunca deixou de se dedicar aos projetos culturais e sociais
voltados para crianças de comunidades carentes. Agora mesmo está empenhado no
projeto “Caso não chova”, que é um lance de juntar artistas dos bairros e fazer
uma zoada em determinada esquina, com declamações, cantos, e música, e o mais
que aparecer. Até o sujeito que imita um galo vai lá e apresenta seu número.
Beto Quirino é uma espécie de Chacrinha do subúrbio, gosta de programas de
calouros, imitando desde Ariano Suassuna até Valdick Soriano.
Um dia, Beto juntou os
bonecos num matulão e se mandou para São Paulo. Lá, com sua simplicidade,
inteligência e perspicácia, mandou ver nas quebradas, armou a tenda nas ruas,
dançou e tocou a marcha. Depois voltou para a Paraíba, entrou de novo nas rodas
de músicos, mamulengueiros e agitadores culturais da terra. Veio o lance da
Globo, fez miniséries e novelas. Eu não vejo novela, mas me disseram que Beto
botou pra torar numa novela chamada “Duas caras”, onde interpretava um anão da
tropa de choque de um tal Juvenal Antena,
interpretado por Antonio Fagundes.
Falei
para Beto Quirino sobre nosso trabalho artístico no Ponto de Cultura Cantiga de
Ninar em Itabaiana. Ele se entusiasmou na hora. Ofereceu-se pra fazer oficina
de bonecos e mostrar seu filme “Sertanejo, quem te ensinou a nadar”. Falta
marcar o dia e a hora. Pra mexer com arte popular nunca é tarde, se bem que não
seja cedo. Daí eu pego a lembrar da poesia de Sérgio Mendonça: “Vê a cara suja
/ do palhaço que chora / de ter perdido / a hora de rir.
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