Luan Lopes e seu fusquinha de estimação |
Na
manhã de hoje, 11 de julho, enquanto multidões vão às ruas pedir mais liberdade
de expressão, enfrento o pior: mais uma audiência do caso em que a viúva de
Sivuca me acusa de ter ofendido sua honra nesta Toca do Leão. A senhora
pretensamente desfeitada pede uma certa quantia em dinheiro para reparar sua
dignidade supostamente atingida pela minha crônica que falava do legado do Mestre Sivuca e da forma como
Itabaiana, sua terra natal, ficou sem esse rico material e, portanto, sem
condições de erguer um memorial digno para seu filho ilustre.
O
tom, os conceitos, as palavras, a verdadeira expressão de minha indignação eu
deixo para comentar depois, porque o caso ainda está sub judice. Mais uma vez agradeço o calor das mensagens de
solidariedade de inúmeros amigos, os quais se pronunciaram, incontinente, afirmando
não existir no meu texto nada que pudesse ofender a quem quer que seja.
Por
outro lado, registro aqui nosso contentamento pela formatura do meu sobrinho
Luan Lopes, o mais novo advogado da família. Foi ontem no Unipê a festa dos
formandos. Luan assume sua posição no time dos operadores do direito num
momento em que a sociedade vive este clima de suspeição geral em relação às
instituições, incluindo o Judiciário. Aponta-se para a desmesurada máquina de
manipulação da opinião pública como um dos fatores que infelicitam o Brasil, e
pedem democratização das comunicações. A tensão social também se volta para os
juízes, categoria mantenedora de privilégios incompatíveis para uma civilização
em transe. Tudo isso refletirá na carreira do jovem advogado que acaba de jurar
defender o direito inalienável que tem o indivíduo de discordar.
Um
país inteiro contestando seu aparato de poder, e suas implicações, não pode
deixar de ter profundos reflexos na vida de um advogado que começa seu trabalho
nos fóruns. Espero que todas essas manifestações gerem fundamentos éticos mais
profundos em nossa juventude.
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