PALAVRA
NOVA
Poeta
pega da pena
Para
escrever virgem fala
Retira de
sua mala
Dois
brotos de açucena
Com uma
saudade horrorosa
Multiplicada
a milhão
De tempos
claros de então
Quando
cultivava rosa
Pensando
que era cravo
Ou
gerânio, mal-me-quer,
Qualquer
florzinha mimosa
Que não
carecia nome
Nem
linguagem espetáculo
Queria
apurar o puro
Sabor da
palavra nova
Sem
licença nem registro
No
oficial vernáculo.
Legitimando
o ingresso
Dessa
palavra poema
Imune a
provais orais,
Fala inclusiva, blasfema,
Encaixada
nos varais
Da poesia
processo
Dos
poemas carnavais
Em
acelerado processo
De sons
adverbiais
Resplandecendo
altaneira
Nas
normas regimentais
Como
revolto verbete
Com seus
signos virginais
Afrouxando
o torniquete
Dos
verbos racionais.
F. Mozart
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