terça-feira, 4 de junho de 2013

O mundo vai descobrir Chorró, o bobo da corte do mundo de José Lins do Rego


Chorró com Evanio Teixeira


Estamos na semana de José Lins do Rego. Hoje, terça-feira (4) começa uma maratona de manifestações artísticas sobre a vida e o universo “zelinianos”. Isso na capital João Pessoa, porque em sua cidade natal, Pilar, não tenho conhecimento de nenhuma programação homenageando o célebre escritor.

De lá, de Pilar velha de guerra, meu compadre e confrade Evanio Teixeira manda um perfil interessante de uma figura que vive por lá. É o Chorró, um homem simples, pacato e divertido. Segundo Evanio, Chorró gosta de fazer pegadinhas com os amigos, jogar dominó e conversa fora nas praças, contando causos. O nome dele é José Pedro da Silva. Na infância, trabalhou nas fazendas dos coronéis da região. Passou boa parte da vida no famoso Engenho Corredor onde nasceu José Lins do Rego. Foi vaqueiro, vigilante e homem de confiança dos patrões. Hoje, Chorró vive de aposentadoria e é atração no grupo “Alegria de viver”, formado por idosos e organizado pela Secretaria de Ação Social da Prefeitura. O grupo tem por objetivo tirar o velho da ociosidade, botando a moçada pra se divertir, sair da mesmice, se socializar e ganhar mais qualidade de vida.

Chorró costuma dizer que, se você der cem reais a um pobre, pode depois procurar o sujeito em um desses três lugares: numa bodega, em mesa de jogo ou no cabaré. Essa figura folclórica e simpática de Pilar estará no meu programa “Alô comunidade”, transmitido todo sábado pela Rádio Tabajara da Paraíba, produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, de João Pessoa. Ele e seu amigo Evanio Teixeira, misto de agente comunitário de saúde, jornalista amador e músico roqueiro. É nosso registro para a Semana de José Lins do Rego. Chorró é um descendente dos cabras do coronel Papa Rabo. Chorró é aquele que bajula o patrão e, pelas costas, zomba com graça, faz careta e se diverte com o ridículo dos poderosos.

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