domingo, 9 de junho de 2013

POEMA DO DOMINGO




Matisse

Soneto da concupiscência

Vivemos mil infernos nesta vida:
O astral, emocional... E portanto
Somos adeptos desse desencanto
Da existência vã, desiludida.

Na chuva dos tormentos, sem guarida,
Nos encharcando de penúria e pranto,
Sonhando pesadelos, sem no entanto
Deixar no ocaso a vida que é vivida.

Quem é da luta torpe e biliosa
Desfaz o choro, vê que é carne e goza
Sem pudicícia e com concupiscência.

Posto que a vida é isso, um momento,
Sem o garimpo do encantamento
Que razão teria a existência?
F. Mozart

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