Gilberto Júnior é pernambucano radicado na Paraíba, líder da banda Vênus in Fuzz |
Sabe uma música de doido?
É o som produzido pela banda Vênus in
Fuzz, do anti-músico Gilberto Bastos Júnior. Não sou muito esquisito em
gosto musical. Entretanto, no meu conceito, música é uma arte como outra
qualquer, onde o que vale é mesmo a experimentação, o novo. Isso afasta quem
não está afinado com o lance de concepções ousadas como o que propõe a banda Vênus in Fuzz.
A
banda ataca de barzinho, sim, porque tem barzinhos que abrigam bandas desse
nível, tão antagônicas no quesito comercial. Vai ser no dia 6 de julho no Bar
Iraq, no Recife. Esse bar Iraq deve ser um lugarzinho irado. Na play list da
banda, detonam “A larva”, “Jump”, "Ela fala”, "Skinny girl”, "To
kill a slow girl walking" (cover do “The telescopes). Os caras gostam de nomear suas
paradas musicais em inglês. O trio: Paulo Mello (voz, guitarra, baixo),
Demetrius Coelho (bateria, guitarra) e Gilberto Júnior (anti-guitarra e vocal).
Em João
Pessoa, eles não encontram muito espaço. Gilberto vai na jugular: “aqui, os
caras não sabem transar som com microfonia, um tipo de som que se chama shoegazer que explora as texturas de
guitarras distorcidas com muito reverb e
vocais em feedbach.” Você entendeu?
Nem eu. Ele diz que no Recife está se organizando essa cena com bandas como Anna Loves Thompson e Black Soda. Giba garante que a cena em
João Pessoa é muito pobre, com apenas dois espaços para tocar: o Pôgo Bar e o Espaço Mundo, no centro
histórico. “As bandas daqui são muito mal produzidas, não têm organização de
palco, os shows não cumprem os horários”, disse Gilberto.
O pessoal
do Recife critica a forma como as equipes de som da Paraíba trabalham. Tem banda
que, quando toca em João Pessoa, traz seu próprio som. Para Gilberto, os caras
que tratam com som aqui só sabem mexer com bandas de forró estilizado.
Enfim, o
som distorcido da banda Vênus in Fuzz tem
muita influência a partir do que se faz no Recife nessa área, mas sem nada a
ver com Mangue Beat.
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