sábado, 8 de junho de 2013

Eles vieram para distorcer



Gilberto Júnior é pernambucano radicado na Paraíba, líder da banda Vênus in Fuzz


Sabe uma música de doido? É o som produzido pela banda Vênus in Fuzz, do anti-músico Gilberto Bastos Júnior. Não sou muito esquisito em gosto musical. Entretanto, no meu conceito, música é uma arte como outra qualquer, onde o que vale é mesmo a experimentação, o novo. Isso afasta quem não está afinado com o lance de concepções ousadas como o que propõe a banda Vênus in Fuzz.
 
A banda ataca de barzinho, sim, porque tem barzinhos que abrigam bandas desse nível, tão antagônicas no quesito comercial. Vai ser no dia 6 de julho no Bar Iraq, no Recife. Esse bar Iraq deve ser um lugarzinho irado. Na play list da banda, detonam “A larva”, “Jump”, "Ela fala”, "Skinny girl”, "To kill a slow girl walking" (cover do “The telescopes). Os caras gostam de nomear suas paradas musicais em inglês. O trio: Paulo Mello (voz, guitarra, baixo), Demetrius Coelho (bateria, guitarra) e Gilberto Júnior (anti-guitarra e vocal).

Em João Pessoa, eles não encontram muito espaço. Gilberto vai na jugular: “aqui, os caras não sabem transar som com microfonia, um tipo de som que se chama shoegazer que explora as texturas de guitarras distorcidas com muito reverb e vocais em feedbach.” Você entendeu? Nem eu. Ele diz que no Recife está se organizando essa cena com bandas como Anna Loves Thompson e Black Soda. Giba garante que a cena em João Pessoa é muito pobre, com apenas dois espaços para tocar: o Pôgo Bar e o Espaço Mundo, no centro histórico. “As bandas daqui são muito mal produzidas, não têm organização de palco, os shows não cumprem os horários”, disse Gilberto.

O pessoal do Recife critica a forma como as equipes de som da Paraíba trabalham. Tem banda que, quando toca em João Pessoa, traz seu próprio som. Para Gilberto, os caras que tratam com som aqui só sabem mexer com bandas de forró estilizado.

Enfim, o som distorcido da banda Vênus in Fuzz tem muita influência a partir do que se faz no Recife nessa área, mas sem nada a ver com Mangue Beat.




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