domingo, 3 de março de 2013

Rádio comunitária queria ser rádio livre em rádio oficial

David Fernandes e Fábio Mozart no estúdio da Rádio Tabajara da Paraíba. O professor David levou de cortesia meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”. Ele me chama de “guerrilheiro cultural”, mas o que sou mesmo é um tuareg perdido no deserto. 


Alguns supostos ouvintes do programa radiofônico “Alô comunidade” enviam mensagens para o endereço eletrônico alocomunidadepb@gmail.com

Tem muita gente de rádio comunitária que ouve o programa, junto com ouvintes fiéis de rádio AM, pessoas qualificadas que gostam de ouvir rádio transmitindo ideia, sendo canal de debate e não de futricas, imbecilidades mercadológicas.


Sábado último, 2 de março, o programa entrevistou o professor da Universidade Federal da Paraíba, David Fernandes. Recebemos mensagem de Fabiana Veloso: “O programa foi show! Parabéns em especial a Palhano, Dalmo e Fábio pelo programa Alô Comunidade, que a cada edição mostra compromisso e seriedade na abordagem dos temas, com destaque para a democratização da comunicação. Palhano acertou no convite ao professor David e a entrevista se desenvolveu bem. A tendência é sempre melhorar e estamos no caminho certo. Com ressalva na técnica de som que tem apresentado problemas.”


Na verdade verdadeira, quando pensamos na formatação deste programa, eu queria mesmo era botar muito humor e descontração, fazer uma coisa diferente do que existe, tanto em termos de rádios comunitárias como das rádios comerciais. Eu e meu compadre Gilberto Bastos queríamos um programa fora de qualquer padrão estabelecido. “Já que quase não temos ouvintes, que falemos para nós mesmos, circulando para uma minoria, com a preocupação mesmo de gueto, de você alcançar setores da sociedade que as rádios não conseguem atingir”, pensava ele.  O lance era trabalhar uma linguagem e conteúdo não convencional. Não deu certo. Primeiro, porque é ideologicamente impossível você fazer programa radiofônico com padrão de rádio livre numa emissora oficial. Depois, porque os participantes não comungam da mesma hóstia. Cada qual tem seus méritos, mas não chegam a formar um grupo uníssono.


O que a gente queria era exercer a mais pura liberdade, um exercício de democracia levada ao extremo pelas ondas do rádio. É o cara que mora na periferia, que faz uma música experimental, poder tocar seu trabalho. É o travesti, o drogado, o jovem “mula”, o camelô, o palhaço de rua propagar suas vozes no ar, sem censura, pessoas que não têm o direito de expressão. Essa concepção de rádio fica para uma outra ocasião.  Por enquanto, vamos tocando o “Alô comunidade”, com suas limitações.


O programa é produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e transmitido pela Rádio Tabajara da Paraíba (AM), retransmitido por oito rádios comunitárias e diversas rádio web.


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