domingo, 10 de março de 2013

Capão Redondo é aqui

Capão Redondo de Salgado de São Félix

Capão Redondo como sinônimo de miséria e violência, isto sim foi no passado, hoje, depois de muitos anos, é um lugar de muita prosperidade, trabalho e educação, conforme atestam blogs de moradores. Capão Redondo é uma grande favela em São Paulo, rodeada de condomínios de luxo. Comunidade violenta e populosa, hoje recebe serviços públicos, urbanização de ruas e outros equipamentos que tiram o lugar do mapa dos piores lugares do mundo para morar.
Aqui perto, em Salgado de São Félix, tem a comunidade Capão Redondo, periferia onde falta a mínima estrutura. Não tem saneamento básico, os esgotos correm a céu aberto. As pessoas que lá residem não contam com serviço de coleta de lixo, mesmo porque nas suas ruas não se pode transitar com automóveis. Se adoece um cristão, tem que ser levado numa cadeira. Ambulância não chega por lá.
O povo de Capão Redondo vive por meio de aposentadoria ou com o cartão do Bolsa Família. Salgado de São Félix lidera as notificações de dengue. O município depende do Fundo de Participação. O prefeito de lá, Adaurio Almeida, foi o mais bem votado na região do vale do Paraíba nas últimas eleições. Ele é do Partido Democratas. Teve 65,35% dos votos. Pela primeira vez em 51 anos de história do município de Salgado de São Felix, um prefeito é reeleito com expressiva votação.
Adaurio Almeida é um homem riquíssimo. É uma das cinco maiores fortunas da Paraíba. Mora na capital, em João Pessoa. Deve ter passado na comunidade Capão Redondo quando em campanha, pedindo os votos dos moradores. Em Capão Redondo, as ruas são (mal) projetadas, não têm nome, o carteiro lá não chega.
Salgado escolheu seu prefeito pela segunda vez. Adaurio faz o que pode com os recursos minguados. A prioridade é para o pagamento dos funcionários e pequenos investimentos em obras miúdas. Não sobra nada, ou quase nada. Capão Redondo espera um benfeitor que traga alguma esperança para aquele povo que nem é mais pobre, já anda pra lá da fronteira da miséria absoluta.
Adaurio, seja o herói do povo que mora no Capão Redondo! Arrume as ruas, bote saneamento, pense em algum projeto social e econômico para tirar aqueles moradores da situação penosa. Capão Redondo precisa de um herói urgentemente, porque administradores comuns não olham para lá. Estamos numa época sem heróis, o que é rigorosamente drástico. Os nossos políticos regrediram de heróis míticos populistas como o sempre lembrado José Silveira de Itabaiana, para heróis baixos, incapazes de qualquer mudança. Mude isso, Adaurio! O senhor tem um coração bondoso, é compreensivo. Fazendo as contas, a despesa de uma só festa com essas bandas bundinhas daria para arrumar alguma coisa em Capão Redondo. O mínimo que seja, dá pra diminuir a penúria daquelas pessoas a quem tudo falta, exceto a morte. 

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