Com Bebé de Natércio |
Humorista Piancó |
Ontem fui ao lançamento dos livros “Zé
Katimba – que grande destino reservaram pra você”, do jornalista Fernando
Paulino, e “Anotações sobre discursos
no relise difusionista - linguagem científica e tecnológica no
jornalismo", do também jornalista Dalmo Oliveira, no
Sebo Cultural. O primeiro fala do sambista paraibano Zé Katimba, que volta à
sua terra depois de 60 anos de vivência carioca. A segunda obra é uma síntese
do doutorado de Dalmo Oliveira sobre jornalismo científico. Nada a ver entre os
dois temas, tudo a ver com a promissora constatação: dois negros paraibanos
mostrando seu valor, destacando-se na cultura paraibana.
Lá esteve presente o espírito de Antonio
Zumbi dos Palmares e a figura negra e imponente do nosso Chico César,
Secretário de Cultura da Paraíba. Outros negros que se destacam no
desenvolvimento sócio cultural desta terra, como a ativista Sônia Lima, o
combatente Zuma Oliveira e a rapper Kaline Lima, que canta além do medo e do
racismo.
Radialista Sônia Lima |
Zé Katimba é um mulato de Guarabira que saiu
daqui com 10 anos de idade, nunca frequentou escola e é o parceiro de muitos
músicos sambistas brasileiros, fundador da Escola de Samba Imperatriz
Leopoldinense. No Rio, é reconhecido como um dos maiores sambistas da história
deste ritmo, considerado como um dos criadores do samba-enredo moderno,
alegórico, bem humorado, pontuado de imagens, em oposição aos antigos, mais
narrativos, com muitas descrições.
Zé Katimba é autor da trilha sonora do meu
mundo ligado ao samba de raiz e de protesto. É dele aquele samba gravado por
Martinho da Vila que fala do sonho de um pai sobre seu filho recém-nascido:
“Vai ter que amar a liberdade, só vai cantar em dó maior, vai ter a felicidade
de ver um Brasil melhor”.
Foi uma noite de valorização da nossa cultura
e da nossa raça. Ainda tive o prazer de reencontrar figuras como Bebé de
Natércio, Pedro Osmar e o humorista Piancó. Valeu.
Zé Katimba, eu e Pedro Osmar |
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