LEONILLA E
OUTROS HERÓIS SEM CARNE
Na
fala do meu irmão
antiga
e íntima
nossos
olhos cúmplices
fincam
seu árduo marco
em
busca de quilométricas quimeras.
No
rosto do carroceiro
se
repete o rosário
feito
de rio que escorre
a
humilde natureza dessa gente.
No
sensível peito do poeta
pelo
seu modo de vibrar
escondem-se
mares tempestuosos
na
busca árdua e difícil
de
impuras e incômodas certezas.
No
rastro de Leonilla vivem
quantos
sonhos interrompidos
atiçando
as lutas mais selvagens
pela
igualdade da raça!
Nos
véus prudentes do burguês
como
nas vicinais estradas rurais
quantos
crimes se escondem
abafando
os gritos silenciosos
que
nos acompanham por toda a eternidade.
Na
terceira margem do rio
o
falso profeta sorriu e chorou
escondendo
o brado de lutas e sangue
de
tantas revolucionárias leonillas
que
enfrentam despidas de medo
no
clímax do seu ideal
a
eterna guerra do bem contra o mal.
F. Mozart
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