domingo, 20 de janeiro de 2013

POEMA DO DOMINGO



LEONILLA E OUTROS HERÓIS SEM CARNE

Na fala do meu irmão
antiga e íntima
nossos olhos cúmplices
fincam seu árduo marco
em busca de quilométricas quimeras.

No rosto do carroceiro
se repete o rosário
feito de rio que escorre
a humilde natureza dessa gente.

No sensível peito do poeta
pelo seu modo de vibrar
escondem-se mares tempestuosos
na busca árdua e difícil
de impuras e incômodas certezas.

No rastro de Leonilla vivem
quantos sonhos interrompidos
atiçando as lutas mais selvagens
pela igualdade da raça!

Nos véus prudentes do burguês
como nas vicinais estradas rurais
quantos crimes se escondem
abafando os gritos silenciosos
que nos acompanham por toda a eternidade.

Na terceira margem do rio
o falso profeta sorriu e chorou
escondendo o brado de lutas e sangue
de tantas revolucionárias leonillas
que enfrentam despidas de medo
no clímax do seu ideal
a eterna guerra do bem contra o mal.

F. Mozart

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