Dupla sertaneja formada em 1927 pelo violonista José Luís
Rodrigues Calazans, o Jararaca, nascido em Maceió (AL), a 19.09.1896, e
falecido no Rio de Janeiro (RJ) a 11.10.1977, e pelo saxofonista Severino
Rangel de Carvalho, o Ratinho, nascido em Itabaiana (PB), a 13.04.1896, e
falecido em Duque de Caxias (RJ), a 08.09.1972.
José Luís encontrou Severino em 1918, nas rodas
artísticas do Recife. Começaram a tocar juntos, organizando um grupo, Os
Turunas Pernambucanos, onde apareciam ao lado de Pirauá, Romualdo e João
Frazão, violonistas, Robson, cavaquinista, Artur Souza, percussionista, e um
vocalista não identificado, que usava o pseudônimo Preá.
Todos
os seus integrantes adotavam apelidos de bichos, permanecendo os de Jararaca e
Ratinho, mesmo depois de sua dissolução: Juntamente com os Turunas da
Mauriceia, influenciaram a música carioca no final da Década de 1920 e começo
da Década de 1930, como pode ser verificado no grupo Bando de Tangarás, criado
no bairro de Vila Isabel, que contava entre outros com Noel Rosa, Almirante e
Braguinha.
Em 1921, os Turunas Pernambucanos exibiram-se por 15 dias
no Cine-Teatro Moderno com o conjunto Oito Batutas – formado por Pixinguinha,
saxofone e flauta, Donga, violão, China, voz, violão e piano, Raul Palmieri,
violão, Nélson Alves, cavaquinho, José Alves, bandolim e ganzá, Jacó Palmieri,
pandeiro, e Luís Oliveira, bandola e reco-reco –, que visitava o Recife. Foi o
estímulo decisivo para o grupo, convidado então para os festejos do Centenário
da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1922, fazendo grande sucesso
com suas emboladas, cocos, choros, valsas e seus trajes típicos: alpercatas e
chapéus de couro.
Desfazendo-se os Turunas, formou-se a dupla na
inauguração do Teatro Santa Helena, na Praça da Sé, São Paulo, em 1927,
empolgando o público com emboladas e esquetes humorísticos, geralmente
satirizando o momento político vivido na época. Seus quadros exploravam também
situações envolvendo “turcos”, caipiras e gente da roça.
Ratinho imortalizou-se como saxofonista, ao compor e
gravar o choro Saxofone, Por Que Choras?, item obrigatório em
qualquer antologia chorona. Jararaca, por sua vez, não deixou por menos, isso
no âmbito do Carnaval Brasileiro. A marchinha Mamãe, Eu Quero, dele e de Vicente
Paiva, é até hoje a mais tocada e cantada em qualquer festejo momesco, seja nos
salões ou nos blocos de sujo.
Ratinho é conterrâneo de outro Severino imortal: Severino
Dias de Oliveira, o grande mestre Sivuca.
Raimundo Floriano
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