Na sua luta
contra a moral e os bons costumes, meu compadre Ameba resolveu se candidatar a
vereador. Tem aptidões para tal. Como o nome indica, Ameba é um parasita
profissional. Quer ganhar quatro mil carne assada por mês, fora o “por fora”,
sem dar um murro numa barra de sabão. Falta escolher o partido. O Brasil possui
mais de 20 partidos políticos e cada um deles tem a mesma ideologia: chegar ao
poder para mamar geral.
Ameba tem
mais um handicap: é analfabeto
funcional. Com essa vantagem, corre o risco de chegar a presidente da Câmara.
Ele é portador de mais uma bela virtude: gosta de encher a caveira de cachaça,
daí passa a desrespeitar todo mundo, bate nas portas das repartições, roda a
baiana e acaba cedo o pagode. De emocionar também é sua cara de pau para
exercer a função de “papagaio de pirata”, aquele que está sempre por trás do
prefeito em todo evento, público ou privado, excetuando a privada propriamente
dita.
Ameba tem
uma família numerosa e precisa empregar os parentes. Os que carregam seu sangue
apostam na sua eleição para serem nomeados “aspones” e comerem o milho da
“Muda”. O garoto promete. É mentiroso,
falso, dedicado à arte da bajulação e sonha em meter o filho num concurso
público de cartas marcadas. Daí, a vida do menino estará garantida, com
estabilidade e tudo o mais. O dinheirinho da vodka, do fuminho e do carrão
estará garantido.
Na Câmara,
Ameba pretende aprovar leis dando títulos de cidadão honorário a pessoas do
quilate de Maciel Caju e Madame Preciosa. Pensa também na possibilidade de
apresentar projeto considerando de utilidade pública o cabaré de Nega Tonha.
O futuro
vereador Ameba ainda pretende defender fielmente o prefeito, negando em todas
as instâncias que o dito cujo é mentiroso feito cachorra de fateira, sem
capacidade de comando e desprovido de senso administrativo. Dinheiro público?
Ele é totalmente contra, mas se tiver algum aí pra lhe dar, avise antes que é
pra ele preparar a licitação de araque.
O rala e
rola da campanha será conduzido por especialistas tampas de crush em falsas
pesquisas eleitorais, compra de votos e traições em grosso e a varejo.
Edilson Que o Povo Gosta, assessor de Ameba,
será seu cabo eleitoral.
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