E esse
negócio de Academia pegou em cheio na cena cultural da Itabaiana do Norte. A
demanda é grande. Muitos poetas, outros aprendizes, alguns que nem cordelistas
são, apenas admiradores da arte, pedindo inscrição na Academia de Cordel do
Vale do Paraíba. A solução é dar entrada a todos, mesmo porque é positiva essa
excelente resposta, comprovando assim que o cordel está vivo com sua magia e as
várias possibilidades como expressão.
O fato
encerra em si mesmo uma realidade que muitos teimam em obscurecer: o
desinteresse e até o preconceito com as expressões artísticas genuinamente
nordestinas, com nossas heranças culturais, essa inibição é mais barreira
imposta pela indústria cultural que aliena o homem comum. No fundo, lá dentro
do inconsciente coletivo, o povo gosta de curtir sua cultura de raiz.
Sabendo que
a criança é bastante receptiva a qualquer atividade ou conhecimento, o antenado
Presidente da Academia, poeta Sander Lee, já pensa em levar oficinas para as
escolas, motivando a garotada a ler e escrever cordel, realizando recitais,
promovendo lançamentos de folhetos, enfim, projetando essa arte para as novas
gerações, desenvolvendo seu gosto pela arte, seu sentido estético, adentrando
no mundo de fantasia, aventura, realidade ou ficção dos folhetos de cordel,
transmitindo a própria vida, a própria história cultural e social da comunidade.
E que seja imortal o cordel nordestino!
Considere-se
ainda a energia e informalidade do cordel, representada em nossa Academia pelo poeta
Vavá da Luz, entre outros, um agente ativo do deus Eros, mestre da poesia
erótica e hilária, discípulo do mestre Laurindo Rabelo (século XIX), autor
dessa singela quadrinha:
No cume da
minha serra
Eu plantei
uma roseira
Quanto mais
as rosas brotam
Tanto mais o
cume cheira.
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