Poeta barbeiro Damião Metamorfose
em seu local de trabalho. O corte é sete, a barba é cinco, a satisfação de
fazer parte em uma agremiação de poetas cordelistas, não tem preço!
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Eu e
Sander Lee começamos essa brincadeira num papo descontraído, que vai findar na
fundação da Academia de Cordel do Vale do Paraíba. Somos poetas amadores,
poderemos até morrer de repente, mas seguramente não vivemos de repente.
Vivemos mais de fantasia e poesia gratuita, no sentido de que o que a gente faz
não é pra vender, nem pra acumular prestígio, mas para nossa satisfação
pessoal, brincar com o encanto e a graça da palavra.
Foi daí
que a gente se perguntou: “Por que nós não viramos imortais, se é tão fácil?” É
só instalar uma Academia de Poesia onde entraremos forçosamente, porque seremos
os fundadores. Não se muda a natureza corpórea, mas teremos chance de aumentar
substancialmente nossa vontade de viver mais, na liberdade dos mourões e
sextilhas, alegres com os amigos de poesia, independentes e sem limitações
sociais, culturais etcétera e tais.
Ontem
mesmo o poeta Sander Lee esteve no meu escritório para anunciar algumas adesões
de cordelistas à nossa Academia, prevista para ser instalada em sessão no dia
24 de janeiro no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana do Norte.
Entre os poetas inscritos, o barbeiro Damião Metamorfose que mora na cidade
potiguar de Rafael Fernandes, na região de Pau dos Ferros, com cerca de 4 mil
habitantes. Enquanto faz cabeleira e barba do freguês, Damião Metamorfose vai
imaginando suas estrofes como um competente cordelista que é. Com ele, vem o
cordelista Bob Motta, mistura de vaqueiro com poeta trovador, criado no cariri
paraibano e radicado na capital espacial do Nordeste. Foi ele quem sugeriu que
nosso fardão deveria ser uma camisa de mescla e chapéu de vaqueiro, que é como
se apresenta nos seus recitais e no programa de rádio onde recita seus versos.
Outro
poeta, Eduardo Viana, é nativo de Zabelê, na Paraíba, mas residente no Recife,
já confirmou a sua posse na nossa Academia. Viana é um considerado cordelista,
com cerca de 50 folhetos escritos.
Pirata
Celestino, outro poeta pirado: “Você é meu pão de mel /você me faz versar /
como um poeta de cordel.
E segue
nossa sina na trilha da cultura popular, combatendo o bom combate contra os
“três assassinos” citados por Fernando Pessoa: a ignorância, o fanatismo e a
tirania.
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