Quadrão da brasileira
Nem
perfume, nem beleza
De nossa
falsa nobreza
Nem o
brilho de alteza
Dessa
civilização
Pesadelo
de nação
Que extinguiu
a brasileira
Exponho
na régua inteira
Nos oito
pés de quadrão.
Nem
amélia, nem guerreira,
Essa
mulher brasileira
Não saiu
dessa besteira
Da costela
de Adão.
Não passou
pano de chão
Na sala
de nossa história
Mas perdeu
sua memória
Nos oito
pés de quadrão.
Não
é coluna da casa
Sua dor
não extravasa
Não
é anjinho com asa
Nem divina
criação.
Essa
mulher do sertão
Seguiu
rumo diferente
Foi morrer
no sol poente
Nos oito
pés de quadrão.
Estuprada,
esquartejada,
Com a
cultura massacrada,
Diluída,
desprezada,
Como
etnia do cão
Sem saúde
e educação
Segue
na trilha da morte
Sem ação
que lhe conforte
Nos oito
pés de quadrão.
Cunhã-porã
é teu nome
Resistência
é cognome
Nessa
dor que te consome
Vivendo
na escravidão
Esse
emblema da nação
Sem espaço
feminista
Em cultura
comodista
Nos oito
pés de quadrão.
F. Mozart
F. Mozart
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