Como todos sabem, eu ajudo a desenvolver um projeto
cultural e educacional em Itabaiana, através do Ponto de Cultura Cantiga de
Ninar. Recentemente, o proprietário da casa onde temos nossa sede resolveu
cancelar o contrato, pediu o espaço para morar. Coloquei anúncio no Facebook,
para locar outro prédio. O professor Chiquinho Amâncio respondeu ao anúncio,
oferecendo uma escola desativada para alugar. Fomos ver o prédio, ideal para os
trabalhos do Ponto. No dia seguinte, Chiquinho manda dizer que desistiu de
alugar o espaço, porque vai consertar e alugar para cursinhos.
Confesso que estou na fase do D: decepcionado,
desapontado, desiludido e desesperançado. Já estava sonhando com o pátio lá do
ambiente, para armar nossa tenda e botar Wi-fi através de projeto com a
Associação Brasileira de Internet Comunitária e atrair jovens que teriam nossa
biblioteca e seus projetos de incentivo à leitura, além de um museu
iconográfico que também faz parte dos planos do Ponto. Tudo isso para as
pessoas usarem gratuitamente, porque nosso objetivo é oferecer um espaço para
que as pessoas possam aprender, criar e compartilhar.
Meu amigo professor Chiquinho Amâncio, não temos
nenhuma irritação com sua pessoa, a casa é sua, faz dela o que quer.
Permita-me, entretanto, fazer uma ligeira reflexão sobre o episódio: você foi
quem ofereceu o prédio, ficamos de acertar os detalhes no dia seguinte; se
houve desistência, acho que pintou uma interferência de fora. Alguém, não sei
quem (isso é minha conjectura pessoal), aconselhou você a não alugar o prédio, por motivos que eu não
posso dizer aqui, mas desconfio.
Lembro que, em 1988, aluguei uma sala para ser a
redação do jornal “Alvorada” e sede do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana.
Picharam a porta da nossa sede: “Jornal de comunista e teatro de veados”. No
dia seguinte, o proprietário pediu para rescindir o contrato de locação. Fiquei,
como hoje, profundamente desgostoso. Entretanto, continuei a realizar o
trabalho, baseado na ideia de que o bullyng
social faz parte na trajetória de quem caminha na contramão dessa sociedade
hipócrita, parva, obtusa e preconceituosa.
O porvindouro nos espera com suas verdades.
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