Tramita na Câmara de Itabaiana projeto de lei sugerido pelo Ponto de
Cultura e assumido pelo vereador Semeão Rodrigues, criando a Frente Parlamentar
de Apoio à Cultura.
Provavelmente, este projeto será apreciado hoje, na sessão da Câmara.
Trata-se de formalizar apoio a todas as linguagens e manifestações
culturais.
Importante a presença dos produtores culturais e artistas. O projeto é
ferramenta para a sociedade civil participar do debate sobre políticas públicas
para a cultura. Depende de nossa mobilização.
Na nossa velha cidade, esse tema não empolga. A expectativa é que
apareçam na Câmara dois ou três gatinhos pingadinhos, desconfiados e tímidos. Mas
a cultura está lá, viva, como sempre esteve. Mesmo que os chamados agentes
culturais não apareçam, ou não existam como pessoas, profissionais ou não, a
cultura jamais saiu dessas latitudes, nem de outras longitudes. Ela não está
nos livros, na canção, na poesia, na peça de teatro, no folclore, nas
conferências, nos debates. Está na mesa dos bares, no cotidiano das pessoas, na
construção e reconstrução diária dos falares e saberes, ou sobrevive escondida
nos becos sujos, nos riachos podres, nas vidas passadas, na esfera mais
recôndita de cada vivente, de cada habitante do lugar, mesmo que este não saiba
ler. Cultura tem a ver com o DNA dos nossos conterrâneos, é uma coisa íntima,
imaculada.
Nós, duvidosos produtores de alguma manifestação artística, não somos
representantes de cultura alguma, apenas membros dessa grande confraria de
artistas, que somos todos nós. Se eu aparecer na Câmara para acompanhar a votação
deste projeto da Frente de Apoio à Cultura, não será como sisudo e empoado diretor
ou coordenador de qualquer organização, e sim como mais um na pequena tropa dos
que sonham com um Estado, enquanto gerente, que assuma o dever democrático de
abrir o aparelho burocrático para uma participação solidária e competente dos
caras da cultura, formal ou informal.
Soube que é zero o valor de investimento na rubrica cultura na Lei de
Diretrizes Orçamentárias do Município de Itabaiana. Eu aqui me dispo da
condição de crítico e me coloco como humilde sobrevivente da produção cultural da
terra para discutir essa e outras aberrações, sem partidarismo nem ranço ideológico.
Para isso, seria importante essa Frente de Apoio à Cultura.
Em tempo: meu compadre poeta Antonio Costta foi contratado pela
Prefeitura para auxiliar na Secretaria de Cultura, como adjunto. O Tribunal de
Contas mandou o prefeito demitir os contratados. Adivinha quem foi o primeiro
da lista?
Dois tempo: sábado, dia 14, às 20 horas, convidando todo mundo para o 1º Sarau
das Almas, no Café Sivuca. Vai rolar poesia, música e homenagem às mulheres de
boa cepa.
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