quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Papai Noel não existe, mas aceita cartão


Sabendo que sou puto com esse tal de Papai Noel, coleguinha, de sacanagem, fez essa montagem e me desafiou para postar aqui na Toca.
Ta no Google: “A imagem do personagem natalino foi fixada e difundida para o mundo na segunda metade do século 19 pelo ilustrador e cartunista americano Thomas Nast. O Papai Noel de Nast foi fonte inspiradora de uma avassaladora campanha da Coca-Cola nos anos 1930, transformando o “bom velhinho” em um dos maiores símbolos do Natal.”
Por isso, minha campanha anual: faça um velhinho feliz (no caso, eu): mate o Papai Noel e me mande suas orelhas.
O grupo de punk rock chamado “Garotos podres” gravou o “Papai Noel filho da puta”:
Papai Noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo!
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Mas nós vamos sequestrá-lo
E arrancar o seu saco
Hoje em dia, as chances de um papai Noel passar despercebido pelas ruas é enorme. Todo velhote desempregado procura emprego de Papai Noel nessa época mais chata do ano, quando um bando de babacas festeja o aniversário de um mito, enchem a caveira de cana e ficam desejando felicidades a gatos e cachorros, no festival anual de hipocrisia que só não é maior do que o tal de réveillon.
Não sei quem foi que disse que todo político tem tecla SAP embutida. Fala dois idiomas normalmente. Um idioma para os idiotas eleitores e outra linguagem para seus cupinchas e o restante da quadrilha. A prefeita de Pilar levou um Papai Noel com trenó e tudo para distribuir presentes numa cidade onde é comum o termômetro marcar 40 graus à sombra. Os locais acharam o máximo esse absurdo de inversão imaginária de mal gosto. Subliminarmente, a prefeita quis dizer que Papai Noel é uma ilusão, não existe, mas vai aparecer sempre na mente dos moradores como uma coisa brilhante, rica, benfazeja, distribuindo felicidade em cada moradia pobre do lugarzinho. Igual à própria imagem da fulana prefeita. Andar de trenó nas ruas do Pilar de Zé Lins é uma coisa tão surreal quanto passear montado num jumento pelas avenidas centrais de São Paulo.

Procurado pela reportagem, Papai Noel mandou dizer que não existe, mas aceita cartão.

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