Quatro garotos me atacaram. Um
deles sem camisa, o outro com a blusa do Flamengo, o maiorzinho de blusa azul e
calção vermelho, o menor de camiseta cinza. Eles tinham um cachorro preto e
branco, desses que andam ao lado do dono. O cão não foi atiçado, ficou olhando
a cena.
Eu, presa aparentemente frágil,
andar manco, devagar, ritmo de velho reumático. Os meninos talvez querendo uma
diversão diante da fragilidade do velho naquele descampado, perto do arruado
pobre onde talvez moravam.
Entendi que precisava urgentemente
esboçar qualquer reação, depois do primeiro chute do menino que parecia ser o
líder da matilha. Não tinha certeza de que estava sendo assaltado ou seria o
rato na brincadeira de quatro gatinhos selvagens. O cachorrinho com ar de
forçada animação, talvez sem entender a lógica do ataque.
Enquanto não chegava a minha
hora, pensava: o cão não sabe nada das coisas desse mundo. Depois, os meninos
foram embora, cansados da diversão. O cãozinho ficou comigo, enquanto eu cuidava
dos ferimentos. Despedi-me dele com ternura.
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