Atriz Zezita
Matos comigo no programa “Alô comunidade”, sábado passado (13)
Caros leitores, vamos entrar em 2015 a todo vapor, costurando
a construção da Academia de Cordel e bordando os projetinhos para o Fundo de
Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, dialogando com os companheiros artistas
no afã de traçar objetivos comuns e intercambiar ideias e colaborações para
atingir as metas. A gente se intercomunica, por exemplo, com Josafá de Orós, lá
de Campina Grande, estendendo seu espírito pelas regiões do sonho na madeira da
xilogravura e no papel grosseiro do folheto de cordel. Josafá me convidou para
redigir sextilhas para um projeto que está aprontando e colocou-se à disposição
para fazer oficinas de xilo no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.
O ano vindouro promete, com a perspectiva de levarmos
caravanas de artistas para as cidades vizinhas. É que o FIC abriu edital de
circulação de espetáculos, festivais ou exposições, mas só para cidades que
aderiram ao Sistema Nacional de Cultura. Verificando a lista dos municípios,
aqui no vale do Paraíba só Itabaiana e Juripiranga estão habilitados. Os demais
não se interessaram, deixaram passar os prazos. Uma lástima!
Minha insignificante pessoa estará também envolvida com os
projetos de radiodifusão, entre eles o programa “Alô comunidade” a caminho de
completar quatro anos no ar pela Rádio Tabajara da Paraíba e mais doze rádios
comunitárias paraibanas. Portanto, 2015 promete ser frutífero também pelas
ondas hertianas. A vida fica mais elevada e ampla pelas rotas da cultura, no
diálogo com pessoas do naipe da atriz Zezita Matos, por exemplo, a última
convidada do programa. Honra seja feita a essas pessoas que dedicam suas vidas
à arte e ao bem comum, gente que mantém a dignidade do ser humano nesse mundo
cada vez mais descabido, agressivo e escravizado pelo consumismo, a estupidez e
ignorância. Pessoas como essas que homenageamos seguem sendo um referencial, um
ponto de luz, enquanto a terra clamar por mais justiça, contra a violência,
pelo flagelo da criança abandonada, o trabalho infantil e outras mazelas de
nossas populações marginalizadas, exploradas e empobrecidas.
Meu excessivo acanhamento não me deixou muito espaço para
apurar a curiosidade pelo gênero humano. Reticente e solitário, esse homem de
cabeça grisalha se converteu com o tempo em um comunicador que não se comunica
no dia a dia. Silencioso fora da cabine, em um estúdio de rádio me vejo no meu habitat, onde consigo ser até eloquente.
Dentro das circunstâncias de um pequeno projeto de comunicação popular, nosso
programa vem ocupando um espaço importante no movimento ideologicamente sério
das rádios comunitárias.
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