Depressão
pós-Natal atinge homens e mulheres. Alguns sofrem de psicose pós-Natal, cujos
sintomas são ressaca, dívidas, ansiedade pela proximidade do outro feriadão,
humor flutuante por causa dos familiares aboletados em sua casa de praia,
irritabilidade com o trânsito cada vez mais caótico, só que sem os acenos e
gritos de “feliz natal” dos motoristas imbecis, engarrafados e congestionados
no trânsito.
O
nascimento de uma criança, filho de sua arrumadeira com um jogador de sinuca, não
lhe causa nenhum sentimento maior, a não ser a lembrança daquele velho samba
que diz: “Eu tava jogando sinuca, uma nega maluca me apareceu com um menino nos braços dizendo ao povo que o filho era meu”. Enquanto isso, persistem os
sintomas de depressão pós-Natal, juntamente com insônia por causa dos mosquitos
e o calor, fadiga esmagadora devido aos intermináveis preparativos do Natal,
incluindo a tal ceia, sentimentos de culpa ou inadequação, porque
lá no fundo do seu cérebro amestrado judaico cristão, você sabe que essa data tem
origem pagã. Confusão e desorientação que levam até a distúrbios bipolar. Uma
hora você anseia pelas comemorações, outra hora deseja ardentemente enfiar uma
estaca no fundo de Papai Noel.
Não
se irrite, amigo. O pior ainda está por vir. A hipocrisia farisaica terá seu
momento maior nas tais “entradas”. O caos nas estradas deve piorar. Seu crédito
estará nos limites extremos do negativo, só que você terá que entrar ainda mais
no vermelho para pintar de novo o ano velho e fingir que chora arrependido
pelas besteiras cometidas e consumidas no Natal, tomar seu champanha, postar
mensagens bestas no Facebook e fazer sua lista de boas intenções, decretando
que a partir de janeiro as coisas vão mudar, além do calendário na parede.
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