Foi o que declarou meu compadre professor Severino Bilunga (foto),
ao embarcar para Rondônia, onde vai mostrar seus trabalhos na Feira de Rondônia Cientifica de Inovação e
Tecnologia – FEROCIT. Bilunga vai levar seus inventos, seus métodos e teses
pedagógicas para esta feira, o que é motivo de orgulho, claro, para os seus
alunos, amigos e conterrâneos.
Então, nossa cidade não é feita
só de pessoas egoístas, burras e de mentes atrasadas, mas também nessa
geografia humana se encontra pessoas iguais a Biu Bilunga, inteligentes, criativos
e, acima de tudo, solidários. Ele reserva um pouco do seu tempo para dar aulas
gratuitas a jovens que se preparam para concursos públicos e dá reforço em
matemática para estudantes no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.
Na contramão desse esforço severino
pela educação local, leio no Correio da Paraíba que Itabaiana tem o maior
índice de abandono escolar na Paraíba do Norte. Exatos 29%, números que chegam
perto de países em guerra crônica, tipo Afeganistão. Imediatamente, na cabeça
dos mais antigos, vem a lembrança de ícones da educação que já se foram, nomes
como da professora Marieta Medeiros e do professor Lauro Maciel, e também
evocamos tempos idos onde nossos números da educação eram muito menos vergonhosos.
Evasão escolar se dá quando o
aluno precisa sair da escola para trabalhar, ou porque não tem mais interesse
na escola que é ruim, desconfortável e sem atrativo algum, dificuldade de
aprendizado porque nossos professores desmotivados não avançam na profissão,
falta de transporte escolar ou incentivo dos pais. Seja qual motivo for, a
responsabilidade é de toda sociedade, incluindo gestores e mestres, que são
pagos para assegurar as condições de ensino e aprendizagem.
Em conversa com um compadre
conhecedor das mazelas locais, ele deu uma opinião interessante a respeito da
evasão escolar em Itabaiana. Conforme essa tese, evasão escolar em Itabaiana é maior
nas localidades fronteiriças com os municípios de Salgado, Mogeiro e São José
dos Ramos, porque eles têm transporte escolar. Com a chegada de novos ônibus,
essa evasão tem diminuído.
De qualquer forma, temos
orçamento fraco na rede de ensino por conta do abandono e evasão escolar, entre
outros motivos, diminuindo os investimentos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) cuja distribuição é feita de acordo com o número de alunos
efetivamente matriculados.
Feito esse registro negativo, meu
abraço ao mestre Severino Lourenço, apostado sempre no futuro, dando seu melhor
para a educação e a ciência, honrando as cores do time itabaianense por onde
percorre com seu arsenal de truques e sacadas educacionais.
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