Viajando um pouco em projetos sem futuro, mas com um presente animador.
Estudando muito para manter a fama de criador de casos. Meus gatos continuam me
ignorando, não sei porque. Um grande amigo está para chegar, depois de trinta
anos ausente. Doente do coração, tomador excessivo de meropéia, esse amigo
manda dizer que vai cometer o desatino de beber um litro de uísque paraibano em
nosso reencontro. Uma espécie de suicídio consentido, o que em si é uma puta
besteira.
Estou pra lançar um livro de poesia, onde até a capa foi feito por mim.
Uma obra prima de sutileza e arte finória. Apesar de acusado de
irresponsabilidade, o autor já vendeu todos os exemplares da edição limitada,
antes do lançamento.
O mundo é grande mesmo e existe muita gente pequena. Acabei de crer. Mas
todos bebem, dançam, riem, choram e morrem. Para todos, vale a pena a festa.
Convidado para uma reunião de madames poetas. Não é má ideia conhecer senhoras letradas
e emperiquitadas. A juventude ta perdida e encontrada em cada esquina, a
velhice sobrevive bonita e confiante, apesar dos tremores nas mãos e os dentes
amarelos. A juventude não vai dominar o mundo antes de acabar com o último
velhinho sapeca e debochado. E isso não ocorrerá jamais, minha cara patrícia.
O que mais para hoje? Sim, Não tenho pé chato, nem tornozelo fraco, mas
estou incapacitado para o esporte de caminhar por causa de artrose nos joelhos.
Só posso me deslocar de bicicleta. Ontem, fui ao Sesc em João Pessoa para me
inscrever na oficina de cordel do poeta Sander Lee. O porteiro impediu minha
entrada com a bicicleta/moleta/cadeira de rodas/bengala. Disse que é ordem da
direção do Sesc: não dar acesso a ciclistas. Achei tão lindo e edificante!
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