quinta-feira, 13 de agosto de 2015


“Para mim, o poeta e jornalista paraibano Fabio Mozart é um dos melhores escritores brasileiros da atualidade. Com um bom editor para selecionar seus textos e publicar sua obra, ela tornar-se-ia, seguramente em pouco tempo, em um dos mais significativos monumentos da produção literária nacional. Falo isto com total convicção”.

A opinião acima é do meu considerado Antonio Costta, de Itabaiana. Eu, sinceramente, acho muito exagero do confrade, mas o que eu acho ou deixo de achar é problema meu. Agradeço ao “poeta de Deus” pela deferência. Como diria o “filósofo” Ameba, quem recusa um elogio é porque procura ser lisonjeado duas vezes. Machado de Assis, aquele que inventou a crônica brasileira, assim falou sobre o assunto: “Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.” Ressaltando aqui que Antonio Costta é meu amigo, porque o elogio que não vem da amizade não é elogio, mas adulação. Só um companheiro mesmo para ser capaz de apostar no meu talento, que considero limitado.

Há quarenta anos, escrevo e leio todos os dias. Nesse tempo todo, sonhando com aquela obra definitiva, o poema perfeito, a crônica rematada e primorosa como o mais belo gol de Pelé, o conto revolucionário. Até aqui, não deu ainda pra fazer a louvação do que merece ser louvado. A ansiedade pelo aprimoramento, entretanto, há muito deixou de existir. Confesso que, em tempos de delírios juvenis, idealizei a façanha de escrever com a qualidade e competência dos grandes mestres. O engenho não chegou a tanto. Virei um escritor de razoável pra ruim.

Restando me contentar com depoimentos de leitores de minhas reminiscências de vidas e memórias nas crônicas do livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, por exemplo. Vide minha amiga Margaret Bandeira, que confessou ter começado a ler o livro na boquinha da noite e não deu pra parar. “Varei a madrugada lendo o livro”, revelou Margaret. Só por ter deliciado e satisfeito leitora tão elevada de espírito já me basta. Valeu a pena editar esse modestíssimo calhamaço com minhas impressões sobre antigos fatos e causos do lugar onde me criei. Tenho a esquisita sensação de ter me tornado imperecível, porque esse registro literário sobre a cultura de minha terra certamente marcará a presença desse “estrangeiro” que chegou a Itabaiana com cinco anos de idade e, desde então, tornou-se um “natural” pelas vias do coração.

Sobre o livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, acabo de checar na Livraria “O Sebo Cultural” que já está esgotado. Não resta mais nenhum exemplar em circulação. Não há como não sentir uma certa emoção. Tem gente que acha que escrever é um processo único, pessoal, que o sujeito vai produzindo pela vida afora. Poucos escrevem para si. As páginas escritas, rasgadas, retocadas, buriladas e finalmente materializadas em livro são assim feito o diálogo de um super introvertido que finalmente chega ao seu receptáculo. Saber que meu livro atingiu a meta, toda edição vendida ou ofertada, não tem preço.

É claro que nem só de elogio vive o velho Fabinho. Tem sempre aquele espírito de porco para chutar sua canela. Quando lancei o livro “Artistas de Itabaiana”, a última bestice literária de minha lavra, recebi o seguinte recado do inconveniente e sacal Maciel Caju: “Se você voltar a escrever livros, favor não me dirigir mais a palavra.”

Um comentário:

  1. Competências internacionais ( Fábio Mozart & Antonio Costta ).
    A LITERATURA VENCERÁ.

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