O
velho repórter Fábio Mozart, que sou eu mesmo às suas ordens, é responsável por
um blog na internet e um programa radiofônico na Rádio Tabajara da Paraíba,
além de jornal impresso. Não sou jornalista profissional. O lance é mais um
passatempo e apego por essa luta, sonho e vibração que marcam o mister. Posso
dizer que sou vocacionado para essa atividade, onde comecei com quinze anos, em
1970, ano em que circulou meu Jornal Alvorada.
Diz
a cartilha que, para ser bom jornalista, só ser bem informado não basta. É
preciso ter queda. E suportar quedas. E ter ética, sobretudo.
Feito
o preâmbulo, passo a relatar as veredas que percorri para tentar uma entrevista
com o prefeito Antonio Carlos Melo Júnior, de Itabaiana, Paraíba do Norte. No
dia 22 de fevereiro de 2013, entrei em contato com Alyf, assessor de
comunicação do alcaide. Primeiro pedi entrevista com uma secretária.
---
Nobre amigo, não recebi as respostas por escrito que enviei através de você,
para a Secretária Flávia.
---
Olá, boa noite! Estive hoje com a secretária, ela está concluindo as respostas.
Amanhã vou ao encontro dela para saber se está pronto, e te repasso.
No
dia 26 de fevereiro, voltamos ao assunto:
---
Nobre amigo Alyf, ainda aguardo aquela entrevista com a Secretária.
---
Como te falei, está com ela.
---
É uma pena que não consegui as informações.
---
Uma pena mesmo, as perguntas estão excelentes, não sei porque ela não retornou
com as respostas.
---
A prefeitura deveria manter uma página na internet.
---
Estamos construindo uma página, logo vai ser liberada. Quanto ao jornal
impresso, estamos vendo isso.
Em
1º de março de 2013, falei novamente com o Alyf:
---
Senhor Alif, poderia agendar uma entrevista com o prefeito para o jornal
Tribuna do Vale?
---
Posso sim. Mande o seu telefone.
No
dia 28 de abril, mais um alô com Alyf:
---
O nobre amigo esqueceu de marcar a entrevista com o prefeito.
---
Não! O prefeito estava em um congresso em São Paulo, chegará hoje na Paraíba, e
assim que ele chegar em Itabaiana eu marcarei a entrevista e te ligo.
---
Certo, agradeço ao amigo.
No
dia 1º de março, entrei novamente em contato com o assessor.
---
Prezado amigo, enviei por e-mail mensagem pedindo algumas informações de
interesse público. Poderia fazer a gentileza de responder para fundamentar
matéria para nossas mídias?
ALIF
– Pois não, pode deixar.
Claro
que o tal Alyf não respondeu nada. Em 17 de abril, voltei a solicitar a
entrevista com o prefeito através do assessor. Nessas alturas, meu objetivo era
mesmo aporrinhar essas assessorias desconceituadas, uma espécie de desagravo
pela desconsideração. Ele pediu de novo meu telefone e mandou que aguardasse.
No
dia 28 de abril, voltei a insistir:
---
O nobre amigo esqueceu de marcar a entrevista com o prefeito.
Dessa
vez ele não deu resposta. Voltou a falar em 3 de maio:
---
Meu querido, peço desculpas, pois estou com uma forte alergia e afastado do
serviço por licença médica.
Em
22 de maio, retornei à carga:
---
Senhor Alyf, quando teremos a entrevista com o senhor Prefeito? Agradeço pelo
retorno.
---
Vou agendar com ele nessa sexta-feira, depois confirmo hora e local.
Em
25 de maio, lembrei ao cara:
---
O nobre amigo já agendou a bendita entrevista?
---
Bom dia meu querido. Olhe, acredito que hoje terei uma resposta. Por segurança,
não vou adiantar, mas certamente terei uma confirmação do prefeito.
Nessas
alturas, eu já tinha esgotado minha reserva de paciência, mas decidi seguir com
o joguinho, só para historiar. Sim, nesse papo o assessor queria saber o
assunto da entrevista para ser repassado ao prefeito. Informei que a pauta
seria na área de cultura. Lembrei de um candidato a vereador em Mari, convidado
por mim para dar entrevista na rádio comunitária. Ele chegou com um caderno
onde anotou as perguntas e respectivas respostas, “pra facilitar as coisas”.
Não sei se é o caso do prefeito de Itabaiana, mas a maioria desses políticos só
aceita entrevista combinada, daquelas em que o entrevistador levanta a bola e
ele chuta.
Continuando
jornada em busca da entrevista com o prefeito, em 17 de julho eu me senti no
direito de dar uma estocada pública, depois de tanto arrodeio. Escrevi no
Facebook:
“Há quatro meses o
jornal TRIBUNA DO VALE pede uma entrevista ao prefeito de itabaiana, Antonio
Carlos. Seu assessor de imprensa, Alyf Santos, durante todo esse tempo
assegurando que vai agendar a entrevista. Pediu o tema da conversa, eu
adiantei. Disse a ele que pode ser por escrito, já que a agenda do prefeito
deve ser apertada. O prefeito tem direito de conceder entrevista a quem quiser.
Mas seria elegante da parte dele e de sua assessoria comunicar a
impossibilidade da entrevista, por uma questão mesmo de educação doméstica.”
Depois disso, o tal
Alyf entrou em recesso. Não falou mais nada. Quando chegou dezembro, voltei a
pedir a entrevista. Dessa vez não tive retorno algum. Em 27 de agosto de 2015, atualizei
meu pedido de audiência. Não houve manifestação do assessor.
Sim, lembrei agora
que encontrei com o prefeito em Itabaiana no dia 13 de dezembro de 2013. Assim
que me viu foi logo garantindo:
--- Meu querido,
aquela entrevista vamos marcar em breve, será uma grande satisfação.
Portanto, quero aqui
resguardar a pessoa do assessor Alyf Santos. Ele comunicou a solicitação da
entrevista ao chefe.
Ta lá na cartilha de
jornalismo: “O Foca, como é chamado
no Brasil o aprendiz de repórter, geralmente se transforma num bom profissional
de imprensa unicamente pela sua persistência, constância e dedicação.” Não fico
muito chateado com esse tratamento arbitrário do tal prefeito e sua
desconsideração com a imprensa que não está na sua folha de pagamento de
propina. Um dia eu ainda vou entrevistar esse prefeito, com o maior respeito e
profissionalismo.
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