quinta-feira, 27 de agosto de 2015

BILHETE DE JESSIER QUIRINO EM PAPEL DE BODEGA



Amigo Fábio Mozart:

Tenho um orgulho danado de ser amigo do grande cineasta e documentarista Vladimir Carvalho, filho de Itabaiana.

Outro dia, ele esteve aqui em casa, e, na sala do primeiro andar, contou-me, emocionado, que ali fazia recitais de poesia ao lado de um piano, com colegas e uma professora de música. Isto, com pernas de infância.

Meu cumpade Vladimir Carvalho

Mando uma ruma de agradecimentos por abalizar meu nome como candidato a prefeito de Itabaiana, mas não tenho destreza pra essas coisas não. Explico: eu não sei dar o famoso “H”. Melhor dizendo, não sei mentir.

Minto:

Um dia, eu vinha chegando de viagem aqui em Itabaiana (no silêncio da madrugada), quando, bem ali na Rua do Carrité, surgiu um doido (desses sujos que só chaminé de navio) com um facão na mão e batendo nos bancos de feira que ficam na rua. Pois o cujo, em formato de jagunço, veio pra junto da porta do carro e deu-se o seguinte diálogo – ele de facão em punho:

- O senhor é o tal de Jessier Quirino??

- NÃO! Não senhor!!

- Eu vou perguntar só essa vez: o senhor é o tal de Jessier Quirino, que conta umas histórias de matuto?

E eu suando feito cueca de carteiro:

- NÃO! Não senhor! Eu NÃO sou Jessier Quirino.

- MAS, JÁ FOI?

- JÁ! Já sim senhor.

- Ah! Então pode passar.

Resumo: Escapei por sinceridade.


Jessier Quirino


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