Monitores
e alunos do curso de violão do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar
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Já deu vontade de
desistir. Uma casa antiga onde estudou o escritor José Lins do Rego,
fornecimento de água cortado por falta de pagamento, contas de energia acumuladas,
móveis velhos, doados. Atualmente, na equipe executiva apenas eu, Cassiana
Meneses, Rosival e nosso Josafá. Correndo por fora, o poeta Orlando Otávio que
dá seu apoio no que é possível, a folclorista Sueli, as amigas Socorro Medeiros
e Socorro Almeida, Edglês Gonçalves, Marcos Veloso, Das Dores Neta e Marinalva
Dionísio. Agora, toma posse o confrade Giuseppe Marcello prometendo dedicação
na construção de alternativas de sobrevivência desse projeto do Ponto de
Cultura Cantiga de Ninar em Itabaiana do Norte.
Precisamos instalar
tendas na área externa. Pra isso, vou vender exemplares do meu livro ARTISTAS
DE ITABAIANA, quando for lançado. Estamos pensando também numa gincana
estudantil. Já foi devidamente entendido por todos nós que não devemos esperar
por apoio oficial. Isso aqui não interessa aos caras que gerenciam a cidade, é
uma coisa que só pode ser protagonizada pelo povo mesmo. Políticas culturais
democráticas e populares é um sonho ainda distante.
Já falei aqui do Josafá,
que é nosso herói. Está no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar se reiventando
através da arte, saindo do túnel escuro do abandono, do vício e da lama social.
É uma espécie de símbolo de nossa teimosia em continuar com o projeto. Herói é
o sujeito que supera a si mesmo, que faz sua própria travessia.
Célio Turino, o cara que
inventou esses projetos de Pontos de Cultura, disse assim: “Pontos de Cultura
são mais do que se supõe, são pontos de vida, pontos de ‘des-silenciamento’ do
povo, pontos de muitos pontos”. O Cantiga de Ninar sobrevive porque vive se
reinventando através desses exemplos de vida e superação. De uma forma ou de
outra, as múltiplas vozes do povo aqui se expressam sob forma de música, de
literatura, de artesanato, de teatro e cinema.
Emir Sader assim definiu
os Pontos de Cultura: “São o bolsa-família das identidades, dos valores, dos
significados e da imaginação criativa dos que são maioria, mas tinham se
tornado minoria silenciada”.
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS E GESTÃO DO CONHECIMENTO > FABIO MOZART: PONTO DE CULTURA CANTIGA DE NINAR. APLAUSOS SEM FIM.
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