Mestre Orlando Otávio, Rosival, Edglês e Carlos no violão, ensaiando no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar |
Agradecimento
caloroso e sincero a toda a equipe do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar,
entusiastas de um projeto que tem como objetivo organizar minimamente os
fazedores de cultura da cidade de Itabaiana, independente de vontade política
governamental.
Talvez tenhamos que
fechar as portas da sede por falta de recursos, mas não se fecha os
significados, as qualidades e os mistérios dos seres humanos. Isso vai ficar
para sempre,
Nós que produzimos
arte, longe do senso comum, ocupamos um espaço mítico, poético. O tempo passa e
não abandonamos os sonhos. Prosseguimos para o alto e para o alvo seja em que
situação. Sempre há de sobrar uma ideia boa, traduzida em algum tipo de arte.
Tenho meus delírios, meu imaginário esboça projetos até irracionais, que não precisam
de sede para sobreviver ou morrer. Eles, meus ideais, se bastam.
Se eu morasse em
Itabaiana, chamaria a Cavalaria e invadiria algum espaço público, conquistaria
um espaço digno para os artistas fazerem arte. Aquele grande galpão da oficina
de locomotivas da antiga Rede Ferroviária, no Triângulo, é um ótimo espaço.
Essas conquistas pedem combatentes meio malucos e corajosos. Estamos em falta
em relação a esse material humano.
“É preciso ser
criativo e altruísta, uma coisa de equipe”, disse o Seedorf, um atleta de
futebol que admiro pela integridade moral e inteligência, além do jogo fino que
apresentava no meu Botafogo e nos grandes times do mundo onde atuou. Eu também
acho. É preciso. Fico muito satisfeito em ter ajudado nos diversos projetos que
foi possível realizar no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar nesses dez anos.
Aos de visão sempre
limitada, afirmo que não levo mágoas. Acho só absurdo que alguns nos vejam como
concorrentes a ser eliminados, quando estamos no mesmo barco e somos tratados
como inimigos. Renato Russo: “Tem gente que está do mesmo lado que você / Mas
deveria estar do lado de lá.” E conclui: “Mas é claro que o sol vai voltar
amanhã”.
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