terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tocando a alfaia enquanto segura a barca nesse mar tormentoso


Mestre Orlando Otávio, Rosival, Edglês e Carlos no violão, ensaiando no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Agradecimento caloroso e sincero a toda a equipe do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, entusiastas de um projeto que tem como objetivo organizar minimamente os fazedores de cultura da cidade de Itabaiana, independente de vontade política governamental.

Talvez tenhamos que fechar as portas da sede por falta de recursos, mas não se fecha os significados, as qualidades e os mistérios dos seres humanos. Isso vai ficar para sempre,

Nós que produzimos arte, longe do senso comum, ocupamos um espaço mítico, poético. O tempo passa e não abandonamos os sonhos. Prosseguimos para o alto e para o alvo seja em que situação. Sempre há de sobrar uma ideia boa, traduzida em algum tipo de arte. Tenho meus delírios, meu imaginário esboça projetos até irracionais, que não precisam de sede para sobreviver ou morrer. Eles, meus ideais, se bastam.

Se eu morasse em Itabaiana, chamaria a Cavalaria e invadiria algum espaço público, conquistaria um espaço digno para os artistas fazerem arte. Aquele grande galpão da oficina de locomotivas da antiga Rede Ferroviária, no Triângulo, é um ótimo espaço. Essas conquistas pedem combatentes meio malucos e corajosos. Estamos em falta em relação a esse material humano.

“É preciso ser criativo e altruísta, uma coisa de equipe”, disse o Seedorf, um atleta de futebol que admiro pela integridade moral e inteligência, além do jogo fino que apresentava no meu Botafogo e nos grandes times do mundo onde atuou. Eu também acho. É preciso. Fico muito satisfeito em ter ajudado nos diversos projetos que foi possível realizar no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar nesses dez anos.

Aos de visão sempre limitada, afirmo que não levo mágoas. Acho só absurdo que alguns nos vejam como concorrentes a ser eliminados, quando estamos no mesmo barco e somos tratados como inimigos. Renato Russo: “Tem gente que está do mesmo lado que você / Mas deveria estar do lado de lá.” E conclui: “Mas é claro que o sol vai voltar amanhã”.


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