Capa do livro que será lançado em 8 de março |
Terminei neste domingo a leitura do
livro “Moleque velho”, de Iverson Carneiro. Disse o poeta e jornalista Manuel
Gomes da poesia de Carneiro: “Sua poesia é rica e contemporânea. Nela habitam o
cordel e o soneto, o lírico e o pop, o belo para ser visto e o apetitoso para
ser devorado pelos famintos.” Dessa forma eu vejo meu próprio trabalho. Manuel
também disse que poesia não se aprende no manual.
Totonho é músico e ativista. De
que, não sei, mas desconfio: ativista da poesia, da música, da sensibilidade,
do movimento. Qualquer movimento que faça girar a roda da inteligência. “Esse
moleque velho pastora as palavras com facilidade e ainda mistura ingenuidade
com ideologia”.
Chico Cesar disse que o século
começa quase sem poesia. Louva também a poesia do moleque velho Iverson
Carneiro, esse hippie que conheci nas praias de João pessoa nos anos 80,
urrando/declamando seus poemas/protesto/processo. “Poesia urbana, cheia de
afeto e desafeto”, diz dele o Chico Mama África.
Falando em poesia, meu livreto sai
em abril ou maio pela Editora Sarvap. De minha poesia digo eu: escritura meio
que descomunicante, como só pode ser a poesia jogo de palavras, desengajada e
cronista do inconsciente. Mais ou menos um quarto dessa produção chega a ser
até brilhante. O resto vai para a lata de lixo, conforme o verso de Iverson
Carneiro:
Houve um tempo em que catávamos
restos de poesia
pelos bares.
Éramos o lixo
do verbo
os vermes
do verso.
Sim, ia esquecendo: o título do meu
livro é “Balada do cavalo Mamão e seu cavaleiro andante”, onde este poeta velho
flerta com formas variadas da estrutura do poema. Este livro não será vendido.
Doarei para quem realmente goste de poesia, com direito a dedicatória e visita
domiciliar. Como são muito poucos os futuros leitores, o livro de fatura
artesanal terá também uma distribuição personalizada. Quem quiser faze parte
dessa lista de leitores especiais, pode mandar nome e endereço físico.
O outro livro de minha lavra é o “Artistas
de Itabaiana” que sai agora em 8 de março, com cem biografias de mestres de
minha terra. Com isso penso que preencho uma lacuna, porque a memória cultural
de um país é tão necessária quanto a própria existência da arte. Este será
vendido para fazer caixa para a compra de tendas do projeto “Livro na feira”,
do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.
Esse livro fará história! Além do nome de peso de meu amigo, servirá para novas e futuras gerações, saber que existe cultura e nomes que mesmo desconhecido, faz de Itabaiana um celeiro cultural... Parabéns Fábio! Abração
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