Adrian
Hoppel é um webdesigner da Filadélfia e há alguns anos decidiu que não queria
trabalhar em um emprego tradicional. Inventou a “economia do presente”. Funciona
assim: “"Se nós decidirmos trabalhar juntos, eu vou construir um site como
um presente. Depois que estiver pronto, eu o entrego a você. Então, se
considerar que o projeto valeu a pena, pode escolher algo justo como presente.
Não há nenhum contrato, nenhuma negociação, nenhuma pressão."
Ivaldo
Gomes, um professor da Paraíba que procura viver o mais alternativamente
possível: “Lembra que a gente já conversou uma vez sobre isso? Que tinha um
cara que abriu um restaurante que não tinha preço fixo dos pratos e que os
clientes comiam, avaliavam e pagava o que achava que valia? Pois é, tá migrando
pra outras práticas e relações de troca. O mundo muda. Existe um mundo além dos
banqueiros.”
De
certa forma, eu trabalho assim. Outro dia, alguém me questionou: “o que você
ganha investindo em projetos culturais sem nenhuma perspectiva de retorno?” Eu
digo que depende do ponto de vista. Se você considerar que fazendo algo que,
pra você, é gratificante, aí já vem embutido um ganho considerável em saúde
mental e geral, coisa que não se pode nem avaliar em termos financeiros.
No
início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por
mercadoria, sem equivalência de valor. Depois, muito depois, criaram o Sistema
Monetário e até hoje estamos pendurados nos juros escrotos dos bancos e
financeiras.
São
muitas as experiências na busca de uma sociedade alternativa, sem dinheiro. No
Paraná, município de Cascavel, um grupo comprou um terreno para uma experiência
coletiva. Querem criar uma sociedade sem dinheiro. Já têm vários projetos de
sustentabilidade. Uma sociedade sem comércio, utopia que faz parte da vida de
muitas pessoas. “Nosso principal debate e desafio é que não queremos só ficar
lá, isolados e distantes do mundo. Nós queremos ser uma referência política,
mostrar que existe um modelo pós-capitalista, superior ao que estamos vivendo”,
disse Rosa Maria, integrante de outro projeto coletivo semelhante perto de
Fortaleza, no Ceará. Conforme Rosa, as relações de produção e consumo serão
coletivas. O grupo planeja ainda sessões de “partilhas”, onde cada um pode se
abrir sobre o que está sentindo no momento.
“Viva
a sociedade alternativa!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário