A
marca de Caim
Os dias
na esperança de um só dia,
ilhado
naquela imensidão de nada,
olhando
pelas frestas das janelas mudas
e cruas
na sua corporeidade desbotada,
salobro
ranço de tempos imemoriais,
literalmente
jogadas na vaga do tempo,
denunciando
antigos dotes e opulências
na
insolvência inevitável dos eventos,
naquele
jogo sujo de truques psicossomáticos.
O sol
bate nos olhos congelados
das
portas em cujos batentes o tempo não flui.
Maldisseram
os obreiros dessas entradas
cujas
saídas tornaram-se insolventes
e eternas
ao sol como tatuagens do inferno,
como a
impressão estampada
que Caim
foi obrigado a carregar na testa
para
viver indignamente para o todo e sempre.
F. Mozart
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