Antonio Costta com estudantes no busto de José Lins do Rego |
“A orquestra da vida é a cultura
O poeta é seu mestre de harmonia”
(Poeta Dedé Monteiro)
O poeta é seu mestre de harmonia”
(Poeta Dedé Monteiro)
A cidade de Pilar
apresenta artistas relevantes para a cultura do Nordeste, onde o nome mais
expressivo é o do romancista José Lins do Rego (1901-1957). Lá também nasceu um
mestre de vigoroso talento chamado Manoel Xudu, considerado um genial poeta
repentista, entre tantos outros que dão identidade a este Pilar, o município
mais importante do agreste paraibano em tempos remotos. Outra que atualmente
acaba furando a divisa de sua comunidade e sendo conhecida em outros mundaréus
é a cirandeira Odete de Pilar.
Esses são apenas
alguns dos nomes mais conhecidos, porque o que tem de artista criativo nesse
Pilar do poeta José Augusto só se pode ter alguma ideia no dia em que a
Secretaria de Cultura local fizer um mapeamento dos seus valores culturais.
Isso é essencial para o resgate e a manutenção da cultura local, saber onde
subsistem a religiosidade, a tradição das festas juninas do interior, a música
regional, as comidas típicas, enfim, o que Pilar tem de cultura de raiz e seus
remanescentes artistas populares.
Conheci dois desses
artistas no programa “Alô comunidade, em 19 de julho, na Rádio Tabajara, onde
entrevistei dona Maria Cigana, uma espécie de produtora cultural comandante da
resistência do saber popular, e o poeta Joan Saulo do Monte. Chamou minha
atenção uma declaração de Maria: em Pilar tem Secretaria de Cultura, só não tem
verbas para seu funcionamento. Atores importantes da produção cultural de lá
não sabem nem se realmente essa Secretaria existe, muito menos qual seu
orçamento e onde desenvolve suas atividades.
Foi preciso o poeta
pilarense Antonio Costta, radicado em Itabaiana, sair dos seus cuidados para
provocar a Secretaria de Educação local e apresentar seu projeto de concurso de
poesia e de festival literário. Em Itabaiana, terra do compositor Orlando
Otávio, a cultura também está desassistida, porque o compadre Luciano Marinho,
atual secretário, tem boas intenções, só não tem recursos. Há grande descaso
com a cultura na maior parte das cidades da região. Em Juripiranga, a
Secretaria de Cultura local vai realizar um festival de inverno, o que é bem
alvissareiro. Nas demais cidades, o que se vê é apenas promoção de festas de
rua com essas bandinhas ridículas chamadas “forró bundinha”.
Parabéns ao Antonio
Costta pela sua militância cultural. Qualquer gestor minimamente comprometido
com seu povo não pode prescindir de uma política cultural que valorize nossa
produção contemporânea e nossa tradição. A cultura é intimamente ligada à
educação e ao desenvolvimento. Prefeito que abandona a cultura, vai na
contramão de uma tendência onde a cultura cada
vez mais vai sendo tema de desenvolvimento sustentável.
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