terça-feira, 5 de agosto de 2014

Recado para a galera

Dalmo, Rosival e Orlando Otávio ensaiando no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar

Fui ontem a Itabaiana do Norte, assistir ao nascimento de mais uma canção do mestre Orlando Otávio, que musicou meu poema “Recado curto e grosso”. Com violão de acompanhamento de Rosival, Orlando cantou a música, gravada pelo compadre Dalmo Oliveira. Ele achou uma coisa linda. Ele que eu digo, o próprio autor da melodia. Meu compadre Normando Reis, presente à sessão, sapecou nota dez ao trabalho. Frequentemente avesso a “oba-oba”, botei nota seis na musiquinha, para constrangimento de Orlando Otávio, querendo eu diminuir possíveis mas improváveis valores de direitos autorais.  

Coisa linda é mesmo o encontro de velhos amigos. A gente melhora quando uma galera da mesma geração tem a honra máxima de atravessar as décadas com o mesmo prazer de conversar abobrinhas, tomar um chopinho inocente e reatar o fio da conversa suspensa há séculos. Fabular, mentir e xavecar em grupo, eis os prazeres dos homens. E das mulheres também, conforme consta nos manuais da boa convivência feminina.

Nosso compositor trabalha com os mais variados ritmos e estilos. “Como quer sua música? Samba, ciranda, baião, rock, maracatu ou frevo rasgado?”, abre assim seu cardápio rítmico o velho e animado poeta Orlando Otávio quando eu encomendo uma canção. Orlando se paga quando tem reconhecido seu mérito de compositor. “Eu quero a glória popular, e não o ouro que engana a alma”, disse alguém em alguma mesa de bar. Nosso artista só não trabalha com o chamado “forró de plástico”, reverenciador que é dos sons complexos e ricos do seu primo carnal, o mestre Sivuca.

Repare na cara de admiração do compadre Dalmo Oliveira, testemunha ocular do nascimento de uma obra de arte. Chama a atenção o entusiasmo desse poeta Orlando Otávio, dando tintas finais ao trabalho. Dalmo também gostou da música, o que não invalida meu conceito um tanto mediano sobre o conjunto da obra. Ninguém ignora que as sentenças se medem pelo valor do juiz, e Dalmo entende tanto de música como eu de física quântica.

Enfim, o poema “Recado curto e grosso” ganhou sua melodia, seguindo para os retoques e arranjos do Max Mozart, meu filho que é músico profissional. A ideia é participar da Mostra Sesc de Música Paraibana.


Um comentário:

  1. Nota seis?
    Que injustica,Fabio Mozat.
    Ouvi a musica durante o emnsaio e achei muito boa.
    Parabens a voce pela letra.Forte.
    Parabens Orlando Otavio pela melodia.Muito boa.
    Nao entendo de musica,mas sei o que gosto de ouvir.E gostei dessa.

    OBS: Da uns cascudos nesse Fabio,Orlando.So pra ele se ligar.kkkkk




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