Minha
avó paterna morreu tragicamente em uma segunda-feira de carnaval, em Itabaiana.
Na terça-feira, realizou-se o enterro. Meu pai, Arnaud Costa, escreveu este
soneto sobre o fato. (Na fotografia, meu pai de terno e minha mãe com
sombrinha, no cortejo fúnebre de minha avó Joana Cândida da Costa.
Carnaval triste
À memória de minha mãe, Joana Costa
Numa terça-feira de folia,
Quando a multidão se divertia ao léu,
Em meio ao fervilhar daquela orgia,
A alma de minha mãe subia ao céu.
O carnaval a todos contagia,
Indiferente à minha ingente mágoa.
Por isso mesmo ninguém percebia
Os meus olhos marejando d’água.
Triste ironia que me irrita a alma,
Enchendo de revolta o coração:
É que nenhum tambor da festa se acalma
Quando o cortejo fúnebre passava.
Sem respeitar a minha comoção,
A multidão cada vez mais brincava.
Arnaud
Costa
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