sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ciranda de maluco

Josefá e Fábio Mozart em plena ciranda de maluco


Tem o caso daquela pessoa que trabalha com bandas marciais em Itabaiana, pedindo ajuda para sua fanfarra.

--- Tem como agilizar alguma coisa para nossa banda, como apoio?

--- Sugiro falar com Chico Cesar, Secretário de Cultura da Paraíba, e Luciano Marinho, Secretário de Cultura de Itabaiana.

--- Luciano? Sangue de Cristo tem poder! Desculpa.

--- Também tem muito poder o artista organizado. Dia 15 de agosto, no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, vai ter reunião com os artistas, vereadores e Secretário de Cultura. Lançaremos a Frente Parlamentar de Apoio à Cultura. Você vai?

--- É, pode ser...

Ciranda de maluco é expressão usada pelo cantor Escurinho, da Paraíba do Norte. É aquela mistura de confusão, arte engajada, arte decrépita, arte assanhada, arte indesejada, arte marginal e artimanha. Ciranda de maluco é uma música de Otto, cara de Pernambuco. “A gente aperta, acende, acocha...”, diz a letra da ciranda do bicho pernambucano. Ta mais pra fumador da erva cidreira do capeta. No entretanto porém, ciranda de maluco pode ser essa doideira de gente que produz arte popular, qualquer tipo de arte, e sai procurando quem ajude, mendigando aqui e ali uns trocados pra botar o boi na rua, pra sair com a bandinha, fazer a festinha da comunidade. Enquanto isso, as tais forças institucionais gastam milhões com festas dirigidas para os interesses da indústria da cultura de massa, esquecendo deliberadamente a cultura da comunidade.

Ciranda de maluco também é a resistência de meia dúzia de malucos que insistem em produzir e difundir cultura nas cidades do interior da Paraíba do Norte. Sem querer confronto com ninguém, vamos levando nossos projetinhos no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, mas querendo travar um diálogo permanente com as instituições sobre política cultural. Por isso estamos propondo essa Frente Parlamentar de Apoio à Cultura, ideia encampada pelo vereador Semeão Rodrigues.

De uma forma ou de outra, vai ter ciranda de maluco.


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